22 de dezembro de 2009
21 de dezembro de 2009
tolice
"Somos todos um só, tenente. Acabo de perceber. Células de um corpo que não vemos, como os peixes não vêem o mar. Daí nos invejamos, nos ferimos, nos odiamos. Tolice, não é? A célula cardíaca odiar a pulmonar."
Cassie, OS TRÊS.
do filme Adaptação
Cassie, OS TRÊS.
do filme Adaptação
love
"Você é aquilo que você ama, não quem ama você."
Donald Kaufman
personagem de Nicolas Cage no filme Adaptação (2002)
Donald Kaufman
personagem de Nicolas Cage no filme Adaptação (2002)
too many
"Existem ideias, coisas e pessoas demais. Caminhos demais a seguir. Comecei a achar que é importante gostar de algo com paixão, pois isso reduz o mundo a um tamanho administrável."
Susan Orlean
personagem de Meryl Streep no filme Adaptação (2002)
Susan Orlean
personagem de Meryl Streep no filme Adaptação (2002)
20 de dezembro de 2009
tem fogo?
"quanto vale a chama do último fósforo da caixinha?
depende se você, só, o acende ou se, juntos, começam uma fogueira."
Souto Fernandes
depende se você, só, o acende ou se, juntos, começam uma fogueira."
Souto Fernandes
17 de dezembro de 2009
16 de dezembro de 2009
fuga
"Ando meia quixotesca. Trago dentro de mim muitos sonhos para fugir da dura realidade."
Sabrina Davanzo
Sabrina Davanzo
esconde
que pedaço
de mim
é mais rijo:
baço
osso
pescoço?
que vão
é esconderijo:
coração
hipófise
cerebelo?
que lugar
é regozijo:
calcanhar
cabelo
ouvido?
refém
ele me mantém,
desconhecido
Renata de Aragão Lopes
de mim
é mais rijo:
baço
osso
pescoço?
que vão
é esconderijo:
coração
hipófise
cerebelo?
que lugar
é regozijo:
calcanhar
cabelo
ouvido?
refém
ele me mantém,
desconhecido
Renata de Aragão Lopes
15 de dezembro de 2009
11 de dezembro de 2009
10 de dezembro de 2009
é triste
"Quando alguém diz que está com medo, não cogita que o maior medo é o da alegria."
@CARPINEJAR
@CARPINEJAR
7 de dezembro de 2009
não foi
"quando começam as pontadas
fico paralisada de medo
raio x dos meus devaneios
motivos de sobra pra doer
a febre aumenta a cada emoção
as batidas aceleram ao ouvir teu sono
sei que dormes enquanto agonizo
eu te odeio na escuridão
eu sei
é impossível sofrer a dois
de nada adiantaria tua preocupação
minha hora chega lentamente
e eu não pretendo te acordar
pra não te ver branco e sem voz
a me dizer adeus
eu não durmo, aterrorizada
porque a danada vem me buscar esta noite
eu espero, lingerie e lágrima
convulsão e testa suada
cabelos molhados, encharcados, pavor
são 4:20 da madrugada escolhida
hoje ela vem, hoje eu sei que vou
mas sem despertá-lo para o pesadelo
em que estou
é hora agora
o arrepio chega mansinho, meu corpo
esparrama
e na cama
me vem a definitiva surdez...
quinze pras oito da manhã
ainda não foi dessa vez"
Martha Medeiros
fico paralisada de medo
raio x dos meus devaneios
motivos de sobra pra doer
a febre aumenta a cada emoção
as batidas aceleram ao ouvir teu sono
sei que dormes enquanto agonizo
eu te odeio na escuridão
eu sei
é impossível sofrer a dois
de nada adiantaria tua preocupação
minha hora chega lentamente
e eu não pretendo te acordar
pra não te ver branco e sem voz
a me dizer adeus
eu não durmo, aterrorizada
porque a danada vem me buscar esta noite
eu espero, lingerie e lágrima
convulsão e testa suada
cabelos molhados, encharcados, pavor
são 4:20 da madrugada escolhida
hoje ela vem, hoje eu sei que vou
mas sem despertá-lo para o pesadelo
em que estou
é hora agora
o arrepio chega mansinho, meu corpo
esparrama
e na cama
me vem a definitiva surdez...
quinze pras oito da manhã
ainda não foi dessa vez"
Martha Medeiros
26 de novembro de 2009
vivendo
"Aquilo que escuto eu esqueço,
Aquilo que vejo eu lembro,
Aquilo que faço eu aprendo."
Confúcio
no palavraguda
Aquilo que vejo eu lembro,
Aquilo que faço eu aprendo."
Confúcio
no palavraguda
23 de novembro de 2009
20 de novembro de 2009
sensibilidade
"Ferramenta tens, não procures em vão. Tenha o coração sensível e use a força da mente."
Fernando Pessoa
Fernando Pessoa
18 de novembro de 2009
chamado
"A distância entre dois corações que viveram uma linda história chama-se saudade."
Sabrina Davanzo
Sabrina Davanzo
sempre
"A gente nem sempre encontra quem mereça as nossas palavras, não admira que custe a encontrar quem mereça o nosso corpo…"
António Alçada Batista
no palavraguda
António Alçada Batista
no palavraguda
17 de novembro de 2009
16 de novembro de 2009
comece bem
"Se você não gosta de alguém, ignore-a. Não gaste suas energias vitais para destruir o que já não vale nada para você. É tolice.
E se você vai julgar as pessoas apenas por suas teimosias, opiniões infundadas ou sensações comprometidas, pare. É injustiça.
E se, ainda, você vai começar mais um dia resmungando, reclamando e promovendo a discórdia, desista. É burrice.
Inteligência é fazer o melhor com que o que é, o que se tem, o que se pode.
O resto é doença da cabeça."
Rosana Hermann
E se você vai julgar as pessoas apenas por suas teimosias, opiniões infundadas ou sensações comprometidas, pare. É injustiça.
E se, ainda, você vai começar mais um dia resmungando, reclamando e promovendo a discórdia, desista. É burrice.
Inteligência é fazer o melhor com que o que é, o que se tem, o que se pode.
O resto é doença da cabeça."
Rosana Hermann
11 de novembro de 2009
10 de novembro de 2009
à prova
"Estou de poucas palavras:
tramela.
A-penas
algumas vogais
escapam das celas.
Abertas,
elas gritam ao mundo
o que me cala:
queria um coração
à prova de balas."
Renata de Aragão
tramela.
A-penas
algumas vogais
escapam das celas.
Abertas,
elas gritam ao mundo
o que me cala:
queria um coração
à prova de balas."
Renata de Aragão
9 de novembro de 2009
solte o verbo
"Conjuga um verbo que conheças
no presente do indicativo,
soletra-o na segunda pessoa
do singular ao meu ouvido,
dá-me qualquer coisa
que me pareça eterno."
José Rui Teixeira
no palavraguda
no presente do indicativo,
soletra-o na segunda pessoa
do singular ao meu ouvido,
dá-me qualquer coisa
que me pareça eterno."
José Rui Teixeira
no palavraguda
5 de novembro de 2009
4 de novembro de 2009
passar em branco
"E assim sou, fútil e sensível, capaz de impulsos violentos e absorventes, maus e bons, nobres e vis, mas nunca de um sentimento que subsista, nunca de uma emoção que continue, e entre para a substância da alma. Tudo em mim é a tendência para ser a seguir outra coisa; uma impaciência da alma consigo mesma, como com uma criança inoportuna; um desassossego sempre crescente e sempre igual. Tudo me interessa e nada me prende."
Bernardo Soares
no palavraguda
Bernardo Soares
no palavraguda
3 de novembro de 2009
sempre concordei
"E pensava que a cada novo dia teria a chance de se redimir, ser feliz, demonstrar o seu amor. Por isso, deixava para depois. Engano seu. Sempre existe um dia em que não é possível fazer nem uma coisa, nem outra. É quando se descobre o valor de cada segundo..."
Sabrina Davanzo
e tem gente que não entende nunca.
Sabrina Davanzo
e tem gente que não entende nunca.
23 de outubro de 2009
20 de outubro de 2009
não tenho mesmo
“Não tenho paciência para ouvir os outros, não tenho paciência para viver, não tenho paciência para morrer, estou aqui, parada, num desequilíbrio interminável, nunca mais acabo de cair, irrito-me se me falam, sofro se me não dizem nada, odeio o gesto caridoso: a mão de alguém nos meus cabelos, o que eu quero é uma voz que me queira, um momento de descanso nessa voz.”
Rui Nunes, em Grito
no palavraguda
Rui Nunes, em Grito
no palavraguda
18 de outubro de 2009
15 de outubro de 2009
5 de outubro de 2009
ponto de vista
"Da vida, nada, se leve. Tudo, se heavy. Dinheiro, não. Traz felicidade. Tristeza, não tem. Fim."
@marcosbarreto98
@marcosbarreto98
3 de outubro de 2009
origem
"Nada é original. Apropria-te de tudo o que te enche de inspiração ou estimula a tua imaginação. Devora sem distinção filmes velhos e filmes novos, músicas, livros, quadros, fotografias, poemas, sonhos, conversas ouvidas por acaso, arquitetura, sinaléctica urbana, árvores, nuvens, movimentos de água, sombras e luz. Rouba apenas as coisas que falem diretamente ao teu coração. Se agires assim, a tua criação (tal como o teu fruto) será autêntica. A autenticidade é inestimável; a originalidade uma quimera. E não tentes dissimular o que pediste emprestado – reivindica-o se for teu desejo. Dê por onde der, lembra-te sempre do que disse Jean-Luc Godard: 'O importante não é onde se apanha as coisas – é até onde se as leva'."
Jim Jarmusch
Jim Jarmusch
28 de setembro de 2009
24 de setembro de 2009
levado
"Tenho a impressão que a vida, as coisas foram me levando. Levando em frente, levando embora, levando aos trancos, de qualquer jeito."
Caio Fernando de Abreu
no palavraguda
Caio Fernando de Abreu
no palavraguda
21 de setembro de 2009
cuidado
O coração tem dois quartos:
Moram ali, sem se ver,
Num a Dor, noutro o Prazer.
Quando o Prazer no seu quarto
Acorda cheio de ardor,
No seu, adormece a Dor...
Cuidado, Prazer! Cautela,
Canta e ri mais devagar...
Não vá a Dor acordar....
Friedrich Rückert
(Tradução de Antero de Quental)
no palavraguda
Moram ali, sem se ver,
Num a Dor, noutro o Prazer.
Quando o Prazer no seu quarto
Acorda cheio de ardor,
No seu, adormece a Dor...
Cuidado, Prazer! Cautela,
Canta e ri mais devagar...
Não vá a Dor acordar....
Friedrich Rückert
(Tradução de Antero de Quental)
no palavraguda
psiu
"Há um silêncio dentro de mim. E esse silêncio tem sido a fonte de minhas palavras."
Clarice Lispector
Clarice Lispector
13 de setembro de 2009
pro mar
"Mesmo sem naus e sem rumos, mesmo sem vagas e areias, há sempre um copo de mar para um homem navegar."
Jorge de Lima
Jorge de Lima
3 de setembro de 2009
esquenta
"Tarde turquesa
Quarenta graus
Talvez porque você não esteja
tudo lateja
Tarde sem nuvem
Cincoenta graus
Talvez por sua ausência
tudo derreta
Noite sem ninguém
Nada se mexe
Eu sonho nosso amor a sério
E você em outro hemisfério
Enquanto tudo derrete
Enquanto tudo derrete
Enquanto tudo parece
Derreter"
“Calor” | Adriana Calcanhoto
no palavraguda
Quarenta graus
Talvez porque você não esteja
tudo lateja
Tarde sem nuvem
Cincoenta graus
Talvez por sua ausência
tudo derreta
Noite sem ninguém
Nada se mexe
Eu sonho nosso amor a sério
E você em outro hemisfério
Enquanto tudo derrete
Enquanto tudo derrete
Enquanto tudo parece
Derreter"
“Calor” | Adriana Calcanhoto
no palavraguda
31 de agosto de 2009
quem?
"Sou homem: duro pouco
E é enorme a noite.
Mas olho para cima:
As estrelas escrevem.
Sem entender, compreendo:
Também fui escrito
E neste mesmo instante
Alguém me soletra."
Irmandade de Octavio Paz
E é enorme a noite.
Mas olho para cima:
As estrelas escrevem.
Sem entender, compreendo:
Também fui escrito
E neste mesmo instante
Alguém me soletra."
Irmandade de Octavio Paz
27 de agosto de 2009
26 de agosto de 2009
a paixão não se dá nas coisas costumeiras
Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.
A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.
A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.
A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.
A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.
A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagar mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.
A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.
A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.
A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.
A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma.
(1972)
Do livro “Eu sei, mas não devia“, de Marina Colasanti
no palavraguda
A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.
A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.
A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.
A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.
A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagar mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.
A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.
A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.
A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.
A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma.
(1972)
Do livro “Eu sei, mas não devia“, de Marina Colasanti
no palavraguda
sempre é muito
Ele insistia. Era teimoso, não se contentava com o eu-te-amo. Insistia, insistia.
— Diga que é para sempre.
Ela, querendo ser totalmente sincera, respondia:
— Para sempre… não, não posso dizer.
Engraçado que, lá no fundo, sabia que era para sempre, mas desconfiava de promessas que não pudessem ser cumpridas por culpa da vida. Era como prometer que não se iria morrer.
— Por que você não diz, hem Maria? Você não me ama de verdade?
— E como, João! Amo a você até mais do que a mim mesma, mas a vida…
— Pois eu digo sem medo: amo você para sempre, sempre, sempre…
Maria ria entre feliz e sem graça. E entregava-se a esse amor que fazia cada minuto parecer o sempre.
Um dia João chega muito solene e pede-lhe:
— Maria, mesmo que não seja, diga pra mim que é pra sempre, tá? Quero ouvir “para sempre”.
E Maria passou a dizer o advérbio. A princípio tímida; depois categoricamente.
— Eu te amo, João.
— Muito?
— Muito — respondia ela.
— Para sempre?
— Para sempre — confirmava.
O tempo passava. O amor de Maria por João aumentava. Agora o sempre era uma certeza e a vida só delícias, para todo o sempre.
— Pra sempre te amarei, João.
— Sei disso, Maria. Nós dois somos para sempre.
— É, João, pra sempre.
Maria não tinha dúvidas quanto a João. E muito menos quanto a si mesma.
Eternamente para sempre… para sempre eternamente.
E a felicidade vivia com ela e tão plena estava que nem percebia João fazer-se um talvez. Esquivo hoje, amanhã — e ela não via ou não queria ver. Até que…
— Maria, vou-me embora.
— Por que, uai!
— Não te amo mais, Maria.
— Não?!
— Não.
— Assim, João?
— É.
— Mas não podemos… não posso fazer alguma coisa? Me dá um tempo, João.
— Não, não posso.
— Mas, João!
— Não volto mais, Maria. E é para sempre.
do livro “Porção de Tintas“ de Márcia Carrano
no palavraguda
— Diga que é para sempre.
Ela, querendo ser totalmente sincera, respondia:
— Para sempre… não, não posso dizer.
Engraçado que, lá no fundo, sabia que era para sempre, mas desconfiava de promessas que não pudessem ser cumpridas por culpa da vida. Era como prometer que não se iria morrer.
— Por que você não diz, hem Maria? Você não me ama de verdade?
— E como, João! Amo a você até mais do que a mim mesma, mas a vida…
— Pois eu digo sem medo: amo você para sempre, sempre, sempre…
Maria ria entre feliz e sem graça. E entregava-se a esse amor que fazia cada minuto parecer o sempre.
Um dia João chega muito solene e pede-lhe:
— Maria, mesmo que não seja, diga pra mim que é pra sempre, tá? Quero ouvir “para sempre”.
E Maria passou a dizer o advérbio. A princípio tímida; depois categoricamente.
— Eu te amo, João.
— Muito?
— Muito — respondia ela.
— Para sempre?
— Para sempre — confirmava.
O tempo passava. O amor de Maria por João aumentava. Agora o sempre era uma certeza e a vida só delícias, para todo o sempre.
— Pra sempre te amarei, João.
— Sei disso, Maria. Nós dois somos para sempre.
— É, João, pra sempre.
Maria não tinha dúvidas quanto a João. E muito menos quanto a si mesma.
Eternamente para sempre… para sempre eternamente.
E a felicidade vivia com ela e tão plena estava que nem percebia João fazer-se um talvez. Esquivo hoje, amanhã — e ela não via ou não queria ver. Até que…
— Maria, vou-me embora.
— Por que, uai!
— Não te amo mais, Maria.
— Não?!
— Não.
— Assim, João?
— É.
— Mas não podemos… não posso fazer alguma coisa? Me dá um tempo, João.
— Não, não posso.
— Mas, João!
— Não volto mais, Maria. E é para sempre.
do livro “Porção de Tintas“ de Márcia Carrano
no palavraguda
fale
Esta noite… esta chuva… estas reticências. Sei lá. Quem seria capaz de abrir o peito e mostrar a ferida? De dizer o nome? De lembrar, sequer lembrar, o rosto? Quem seria capaz de contar a história? De chamar o maior amigo, ou melhor, o inimigo, e dizer:
— Estou me sentindo assim, assim, assim…
A humanidade está necessitando, urgentemente, de afeto e milagre. Mas não sabe onde estão as mãos, nem os deuses. E, quando souber, vai achar que as mãos e os deuses são de mentira. Os olhos de todos estarão cheios de medo (…)
Há poucos minutos, em meu quarto, na mais completa escuridão, a carência era tanta que tive de escolher entre morrer e escrever estas coisas. Qualquer das escolhas seria desprezível. Preferi esta (escrever), uma opção igualmente piegas, igualmente pífia e sentimental, menos espalhafatosa, porém. A morte, mesmo em combate, é burlesca.
Uma pergunta, que não tem nada a ver com o corpo desta canção. Quem saberia discriminar o ódio do amor? Ninguém. Os psicologistas e analistas têm perdido um tempo enorme.
Ontem à noite, voltando para casa, senti-me espectador de mim mesmo. E confesso que, pela primeira vez, não achei a menor graça. Saíra, pela primeira vez, de óculos e o porteiro do edifício me recebeu com esta agradável pergunta:
— Que é que houve? O senhor está mais velho?
Tirei os óculos e, fitando-o, esperei as desculpas. Mas o homem continuou:
— O que é que houve? De ontem para cá, o senhor envelheceu.
Tinha pensado que, sem os óculos…
Não estou escrevendo para ninguém gostar ou, ao menos, entender. Estou escrevendo, simplesmente, e isto me supre: contrabalança, quando nada. Esta noite, esta chuva — e poderia escrever as coisas mais alegres, esta noite. Neruda, coitado, as mais tristes.
Só há uma vantagem na solidão: poder ir ao banheiro com a porta aberta. Mas isto é muito pouco, para quem não tem sequer a coragem de abrir a camisa e mostrar a ferida.
(9/10/1964)
“Canção de Homens e Mulheres Lamentáveis” do livro “Com Vocês Antônio Maria”, de Antônio Maria
no palavraguda
— Estou me sentindo assim, assim, assim…
A humanidade está necessitando, urgentemente, de afeto e milagre. Mas não sabe onde estão as mãos, nem os deuses. E, quando souber, vai achar que as mãos e os deuses são de mentira. Os olhos de todos estarão cheios de medo (…)
Há poucos minutos, em meu quarto, na mais completa escuridão, a carência era tanta que tive de escolher entre morrer e escrever estas coisas. Qualquer das escolhas seria desprezível. Preferi esta (escrever), uma opção igualmente piegas, igualmente pífia e sentimental, menos espalhafatosa, porém. A morte, mesmo em combate, é burlesca.
Uma pergunta, que não tem nada a ver com o corpo desta canção. Quem saberia discriminar o ódio do amor? Ninguém. Os psicologistas e analistas têm perdido um tempo enorme.
Ontem à noite, voltando para casa, senti-me espectador de mim mesmo. E confesso que, pela primeira vez, não achei a menor graça. Saíra, pela primeira vez, de óculos e o porteiro do edifício me recebeu com esta agradável pergunta:
— Que é que houve? O senhor está mais velho?
Tirei os óculos e, fitando-o, esperei as desculpas. Mas o homem continuou:
— O que é que houve? De ontem para cá, o senhor envelheceu.
Tinha pensado que, sem os óculos…
Não estou escrevendo para ninguém gostar ou, ao menos, entender. Estou escrevendo, simplesmente, e isto me supre: contrabalança, quando nada. Esta noite, esta chuva — e poderia escrever as coisas mais alegres, esta noite. Neruda, coitado, as mais tristes.
Só há uma vantagem na solidão: poder ir ao banheiro com a porta aberta. Mas isto é muito pouco, para quem não tem sequer a coragem de abrir a camisa e mostrar a ferida.
(9/10/1964)
“Canção de Homens e Mulheres Lamentáveis” do livro “Com Vocês Antônio Maria”, de Antônio Maria
no palavraguda
24 de agosto de 2009
seja claro
"Contradiga-se! Seja honesto, mesmo se isso fizer você parecer fraco. Seja forte, mesmo quando isso fizer você parecer arrogante. Evite a mediocridade."
O telescópio de Schopenhauer | Gerard Donovan
no palavraguda
O telescópio de Schopenhauer | Gerard Donovan
no palavraguda
20 de agosto de 2009
preciso ir
"- Vê aquela estrada logo ali na frente? Coloca um pé na frente do outro e vai. Sem olhar pra trás.
- Não posso! Meus pés estão colados a este instante para sempre.
- Se você quiser, eles descolam. Mas só se você quiser.
- Não entendes que este é exatamente o meu problema? Não sei o que quero."
Sabrina Davanzo
- Não posso! Meus pés estão colados a este instante para sempre.
- Se você quiser, eles descolam. Mas só se você quiser.
- Não entendes que este é exatamente o meu problema? Não sei o que quero."
Sabrina Davanzo
sei não
"Vez em quando esse não-sei-o-que que mora dentro de mim sai pra passear e me faz sentir arrepios, querer colo. Ensinaram que é preciso ser forte que nem São Jorge, que faz aniversário junto comigo e mora na lua. Mas lá ele tem as estrelas. Quem eu tenho por aqui? Só as pontas dos meus dedos suados de medo. Aperto com força. A dor faz esquecer dos arrepios e de que esse não-sei-o-que vive prestes a me sufocar."
Sabrina Davanzo
Sabrina Davanzo
quero asas
"Não posso dar asas a mim mesma. Isso eu descobri tentando algumas vezes. Nunca saí voando embora alguns momentos de imensa alegria ou tristeza fossem propícios para tal feito.
Conformei em dar asas às borboletas e pássaros que dobro cuidadosamente em papéis coloridos.
Depois de trazê-los à vida, não os prendo a mim. Distribuo-os aos meus amigos, que recebem achando graça e querendo aprender dar asas também. Nem que seja à imaginação. É uma corrente que não para. Desde então, todos os dias, nascem dezenas de pássaros e borboletas e, com eles, sorrisos."
Sabrina Davanzo
Conformei em dar asas às borboletas e pássaros que dobro cuidadosamente em papéis coloridos.
Depois de trazê-los à vida, não os prendo a mim. Distribuo-os aos meus amigos, que recebem achando graça e querendo aprender dar asas também. Nem que seja à imaginação. É uma corrente que não para. Desde então, todos os dias, nascem dezenas de pássaros e borboletas e, com eles, sorrisos."
Sabrina Davanzo
18 de agosto de 2009
ávido por biscoitos bávaros
"Harold mordeu o biscoito bávaro, sentindo que tudo finalmente ficaria bem.
Às vezes, quando nos perdemos no medo e no desespero, na rotina e na constância, no desespero e na tragédia, podemos agradecer a Deus pelos biscoitos bávaros. E felizmente, quando os biscoitos bávaros acabarem, ainda teremos consolo em uma mão amiga na nossa pele, um gesto gentil e afetuoso, num apoio sutil, num abraço carinhoso.
Sem falar em macas de hospital, segredos sussurados, Fender Stratocasters, e talvez um livro.
Devemos lembrar que todas essas coisas, essas nuances, anomalias e detalhes que parecem superficiais na nossa vida, estão aqui por uma causa bem mais nobre: salvar nossas vidas."
do filme Mais estranho que a ficção
Às vezes, quando nos perdemos no medo e no desespero, na rotina e na constância, no desespero e na tragédia, podemos agradecer a Deus pelos biscoitos bávaros. E felizmente, quando os biscoitos bávaros acabarem, ainda teremos consolo em uma mão amiga na nossa pele, um gesto gentil e afetuoso, num apoio sutil, num abraço carinhoso.
Sem falar em macas de hospital, segredos sussurados, Fender Stratocasters, e talvez um livro.
Devemos lembrar que todas essas coisas, essas nuances, anomalias e detalhes que parecem superficiais na nossa vida, estão aqui por uma causa bem mais nobre: salvar nossas vidas."
do filme Mais estranho que a ficção
16 de agosto de 2009
é bom
Morango com chantilly
Pipoca com futebol
Preguiça com rede
Varanda com violão
Chuva com cobertor
Escola com diversão
Natal com família
Criança e sorriso no ar
Viagem
Saudade
Irmã com carinho
Azul com sorvete e mar
Cantar, cantar, cantar
Cantar, cantar, cantar
Cantar em qualquer lugar
Eu e você
Sonhar
Do que é bom | Amaranto
Cd Três Pontes
Pipoca com futebol
Preguiça com rede
Varanda com violão
Chuva com cobertor
Escola com diversão
Natal com família
Criança e sorriso no ar
Viagem
Saudade
Irmã com carinho
Azul com sorvete e mar
Cantar, cantar, cantar
Cantar, cantar, cantar
Cantar em qualquer lugar
Eu e você
Sonhar
Do que é bom | Amaranto
Cd Três Pontes
13 de agosto de 2009
procurando
"Passei anos me procurando por lugares nenhuns. Até que não me achei - e fui salvo."
Manoel de Barros
Manoel de Barros
10 de agosto de 2009
verdades
"Acredito ainda nas mesmas coisas. Ainda acho que a dignidade do homem é inseparável das intenções e dos fins a que ele se propõe. Só que, entre as intenções e os fins, quase sempre temos de passar por uma série de mal-entendidos."
Riba, personagem de Dias Gomes, do livro Campeões do Mundo.
no palavraguda
Riba, personagem de Dias Gomes, do livro Campeões do Mundo.
no palavraguda
ser
"A única diferença que existe entre mim e meus companheiros é que eles se sentem satisfeitos de si e eu estou muito longe de me sentir satisfeita com eles, e ainda menos comigo."
Excerto de carta datada de Quarta-feira, 7 de março de 1764, Madame Du Deffand, Cartas a Voltaire
no palavraguda
Excerto de carta datada de Quarta-feira, 7 de março de 1764, Madame Du Deffand, Cartas a Voltaire
no palavraguda
5 de agosto de 2009
3 de agosto de 2009
parado
"Destino, sabes o que fazes quando sobrevéns com teus furacões na nevada das estrelas, apagando um sol atrás de outro com teu sopro e quando o luminoso orvalhar das constelações cessa de brilhar à tua passagem?"
Jean Paul
no palavraguda
Jean Paul
no palavraguda
9 de julho de 2009
dia todo
"Todo dia sentia uma dorzinha no coração, umas pontadas. Piorava a noite. Falaram que podia ser angina. Não era não. Ela sabia que o órgão lhe doía era de solidão."
Sabrina Davanzo
Sabrina Davanzo
implodir ou implorar
"Hoje meu espírito saiu em protesto em meio ao caos que se instalou nas avenidas de minha vida. Solitário, bradava gritos inaudíveis. Implorava por paz."
Sabrina Davanzo
Sabrina Davanzo
8 de julho de 2009
2 de julho de 2009
limites
"Sou barragem que segura águas inquietas, revoltas. Um dia acaba que não me aguento: rompo."
Sabrina Davanzo
Sabrina Davanzo
desejos
"- Sabe, eu vi o sol se pôr 30 mil vezes, e não consigo me lembrar de duas que tenham sido iguais. Que mais é possível desejar?"
Jim Dodge, Fup
no palavraguda
Jim Dodge, Fup
no palavraguda
jovens
"Os adultos são inacreditavelmente chatos e complicados. E têm calos e caspa. Deixam a imaginação em casa e partem para a rua soltando mau hálito. Prefiro me comunicar com jovens, seres ainda não quebrados e distorcidos. Ou com quem permanece jovem."
Ary Quintella, em entrevista a Edla van Steen
no palavraguda
Ary Quintella, em entrevista a Edla van Steen
no palavraguda
26 de junho de 2009
24 de junho de 2009
depende
"Porque o mais belo sono não vale o momento em que se acorda."
Frutos da Terra | André Gide
no palavraguda
Frutos da Terra | André Gide
no palavraguda
iluminados
"Aprendi a julgar todos os seres pela sua capacidade de recepção luminosa; alguns que durante o dia souberam acolher o sol apareceram-me a seguir, à noite, como celas de claridade."
Frutos da Terra | André Gide
no palavraguda
Frutos da Terra | André Gide
no palavraguda
eu desejo
"Sei que não tenho um só desejo
que já não tenha sua resposta preparada."
Frutos da Terra | André Gide
no palavraguda
que já não tenha sua resposta preparada."
Frutos da Terra | André Gide
no palavraguda
18 de junho de 2009
17 de junho de 2009
sem troco
"troco eufemismos por pleonasmos.
se ficou por dizer, fique com o troco.
quero é andar pra frente,
subir pra cima
do mundo.
do gosto da simplicidade
do pensamento
sinto a profundidade do meu sentimento;
"e rir meu riso" como o poeta.
subirei ao raso para não me afogar
em lágrimas
lá
subirei bem alto
onde o sol me seca."
Souto Fernandes
se ficou por dizer, fique com o troco.
quero é andar pra frente,
subir pra cima
do mundo.
do gosto da simplicidade
do pensamento
sinto a profundidade do meu sentimento;
"e rir meu riso" como o poeta.
subirei ao raso para não me afogar
em lágrimas
lá
subirei bem alto
onde o sol me seca."
Souto Fernandes
deixa o tempo
"Fico olhando para o coelho que mora em cima da minha cama, tão cheio de si. Eu que ando me sentindo tão vazia. Peço para ele um pouco daquela coisa que o torna tão fofinho para preencher o buraco que tenho no coração. Ele diz que não pode. Se ele me completar, quem vai ficar murcho é ele."
Sabrina Davanzo
Sabrina Davanzo
15 de junho de 2009
não verão
"O verão passou
A primavera ainda não floresceu
As estações em descompasso
Meus sentimentos
Eu passo
A chance de um novo começo
Pelos invernos do meu
Compasso
Quero adormecer"
Souto Fernandes
A primavera ainda não floresceu
As estações em descompasso
Meus sentimentos
Eu passo
A chance de um novo começo
Pelos invernos do meu
Compasso
Quero adormecer"
Souto Fernandes
porte de arma
"A memória é uma arma branca. De tão branca, apaga todo vestígio de paz. Sempre afiada, à qualquer palavra corta o fio que desenrola o carretel e me enforca em lembranças.
Ainda tem um poder de arremessar-me aos pensamentos de futuros que não existem. Ou só existem na imaginação. Tempos que pertencem só a mim, dos quais não faço parte.
Um bar, um filme, uma palavra. Tudo suja minha lembrança de um futuro branco. Sem meu nome. Sem minha imagem. Sem nada e com tudo que me tira a paz."
Souto Fernandes
Ainda tem um poder de arremessar-me aos pensamentos de futuros que não existem. Ou só existem na imaginação. Tempos que pertencem só a mim, dos quais não faço parte.
Um bar, um filme, uma palavra. Tudo suja minha lembrança de um futuro branco. Sem meu nome. Sem minha imagem. Sem nada e com tudo que me tira a paz."
Souto Fernandes
14 de junho de 2009
rabisco contornos
"Existe uma paisagem interna, uma geografia da alma, cujos contornos buscamos durante toda a nossa vida."
Josephine Hart em Perdas e Danos
Josephine Hart em Perdas e Danos
12 de junho de 2009
momento meu
"A meditação é uma retirada para dentro de nós mesmos, constrói uma célula invisível, que seja um observatório e um laboratório, onde os fenômenos turbilhonantes sejam peneirados, escolhidos, analisados, convertidos em leis gerais, em idéias, em modos de espírito. Ela supõe duas coisas, a comunicação com o mundo, e a faculdade de abstrair-se dele.
Não temos necessidade de procurar o mundo, porque ele vem a nós por si; é a defensiva que é mais difícil."
Diário Íntimo | Amiel
no palavraguda
Não temos necessidade de procurar o mundo, porque ele vem a nós por si; é a defensiva que é mais difícil."
Diário Íntimo | Amiel
no palavraguda
8 de junho de 2009
silencia
"e só falaria no presente do indicativo. se acaso o futuro trouxesse a lembrança que outrora doía, diria 'é passado, passado imperfeito'".
rapidamente
rapidamente
crescendo
"cultivar aquilo que me alimenta. pra que um dia eu torne quem eu realmente sou."
do (excelente) rapidamente
do (excelente) rapidamente
27 de maio de 2009
26 de maio de 2009
controle-se
"O colapso, por mais abrupto que possa parecer, é a consequência cumulativa da decadência."
Andrew Solomon
palavraguda
via twitter
Andrew Solomon
palavraguda
via twitter
vê e enxerga
"Há coisas que a gente não nota porque são muito pequenas para serem vistas. Mas há outras que a gente não vê porque são imensas."
Robert Pirsig Zen e a arte da manutenção de motocicletas: uma investigação sobre valores.
no palavraguda
Robert Pirsig Zen e a arte da manutenção de motocicletas: uma investigação sobre valores.
no palavraguda
o que salva
"Mas em meio a este terrível sofrimento, esta doença, este cansaço, este medo, ainda me movo: restam todavia a bênção do mundo natural e dos seres amados e tudo o que há para ler e ver."
Os Diários de Sylvia Plath
no palavraguda
Os Diários de Sylvia Plath
no palavraguda
21 de maio de 2009
murro
"Deixe isso pra depois.
Não se preocupe com os muros.
Não vai haver muros.
A terra não tem divisões."
Juan Rulfo
Não se preocupe com os muros.
Não vai haver muros.
A terra não tem divisões."
Juan Rulfo
20 de maio de 2009
jesus luz
o texto anterior me fez recordar um poeminha escrito na parede da faculdade, há alguns anos:
"olhei pro céu e vi uma luz
era o beck de jesus
não era fino, era uma tora
fumavam ele e nossa senhora"
autor desconhecido e muito bem humorado
pra vida ficar mais leve, sorria ;)
"olhei pro céu e vi uma luz
era o beck de jesus
não era fino, era uma tora
fumavam ele e nossa senhora"
autor desconhecido e muito bem humorado
pra vida ficar mais leve, sorria ;)
(re)parar
Saí para a sacada, e fiquei ali parado longo tempo, contemplando os astros.
Perguntei-lhes mudamente:
“O que me dizem de tudo isso?”.
E imaginei sua resposta:
“Já vimos tudo isso antes”.
Isaac B. Singer | Amor e Exílio: Memórias
no palavraguda
Perguntei-lhes mudamente:
“O que me dizem de tudo isso?”.
E imaginei sua resposta:
“Já vimos tudo isso antes”.
Isaac B. Singer | Amor e Exílio: Memórias
no palavraguda
18 de maio de 2009
coisas demais
"Nós falamos demais, amamos raramente, odiamos freqüentemente.
Nós bebemos demais, gastamos sem critérios. Dirigimos rápido demais, ficamos acordados até muito mais tarde, acordamos muito cansados, lemos muito pouco, assistimos TV demais e raramente estamos com Deus.
Multiplicamos nossos bens, mas reduzimos nossos valores.
Aprendemos a sobreviver, mas não a viver; adicionamos anos à nossa vida e não vida aos nossos anos.
Fomos e voltamos à Lua, mas temos dificuldade em cruzar a rua e encontrar um novo vizinho. Conquistamos o espaço, mas não o nosso próprio. Fizemos muitas coisas maiores, mas pouquíssimas melhores.
Limpamos o ar, mas poluímos a alma; dominamos o átomo, mas não nosso preconceito; escrevemos mais, mas aprendemos menos; planejamos mais, mas realizamos menos. Aprendemos a nos apressar e não, a esperar.
Construímos mais computadores para armazenar mais informação, produzir mais cópias do que nunca, mas nos comunicamos cada vez menos.
Estamos na era do 'fast-food' e da digestão lenta; do homem grande, de caráter pequeno; lucros acentuados e relações vazias.
Essa é a era de dois empregos, vários divórcios, casas chiques e lares despedaçados.
Essa é a era das viagens rápidas, fraldas e moral descartáveis, das rapidinhas, dos cérebros ocos e das pílulas 'mágicas'.
Um momento de muita coisa na vitrine e muito pouco na dispensa.
Lembre-se de passar mais tempo com as pessoas que ama, pois elas não estarão aqui para sempre.
Lembre-se dar um abraço carinhoso em seus pais, num amigo, pois não lhe custa um centavo sequer.
Lembre-se de dizer 'eu te amo' à sua companheira(o) e às pessoas que ama, mas, em primeiro lugar, se ame... se ame muito.
Um beijo e um abraço curam a dor, quando vêm de lá de dentro. Por isso, valorize sua família, seus amores, seus amigos, a pessoa que lhe ama... E, aquelas que estão ao seu lado, sempre."
George Carlin
Nós bebemos demais, gastamos sem critérios. Dirigimos rápido demais, ficamos acordados até muito mais tarde, acordamos muito cansados, lemos muito pouco, assistimos TV demais e raramente estamos com Deus.
Multiplicamos nossos bens, mas reduzimos nossos valores.
Aprendemos a sobreviver, mas não a viver; adicionamos anos à nossa vida e não vida aos nossos anos.
Fomos e voltamos à Lua, mas temos dificuldade em cruzar a rua e encontrar um novo vizinho. Conquistamos o espaço, mas não o nosso próprio. Fizemos muitas coisas maiores, mas pouquíssimas melhores.
Limpamos o ar, mas poluímos a alma; dominamos o átomo, mas não nosso preconceito; escrevemos mais, mas aprendemos menos; planejamos mais, mas realizamos menos. Aprendemos a nos apressar e não, a esperar.
Construímos mais computadores para armazenar mais informação, produzir mais cópias do que nunca, mas nos comunicamos cada vez menos.
Estamos na era do 'fast-food' e da digestão lenta; do homem grande, de caráter pequeno; lucros acentuados e relações vazias.
Essa é a era de dois empregos, vários divórcios, casas chiques e lares despedaçados.
Essa é a era das viagens rápidas, fraldas e moral descartáveis, das rapidinhas, dos cérebros ocos e das pílulas 'mágicas'.
Um momento de muita coisa na vitrine e muito pouco na dispensa.
Lembre-se de passar mais tempo com as pessoas que ama, pois elas não estarão aqui para sempre.
Lembre-se dar um abraço carinhoso em seus pais, num amigo, pois não lhe custa um centavo sequer.
Lembre-se de dizer 'eu te amo' à sua companheira(o) e às pessoas que ama, mas, em primeiro lugar, se ame... se ame muito.
Um beijo e um abraço curam a dor, quando vêm de lá de dentro. Por isso, valorize sua família, seus amores, seus amigos, a pessoa que lhe ama... E, aquelas que estão ao seu lado, sempre."
George Carlin
2 viagens
“Viajamos para nos livrarmos de nós mesmos, mais do que para nos livrarmos dos outros.” William Hazlitt
“Existem duas categorias principais de viajantes: os que viajam para fugir e os que viajam para buscar.” Érico Veríssimo
via contextofinal
“Existem duas categorias principais de viajantes: os que viajam para fugir e os que viajam para buscar.” Érico Veríssimo
via contextofinal
em busca
"Não estou na ordem e não tenho paz verdadeira, a minha alma não é mais do que um abismo inquieto, tenebroso e devorador, e não estou em regra nem com a vida nem com a morte."
Amiel | Diário Íntimo
via palavraguda
Amiel | Diário Íntimo
via palavraguda
15 de maio de 2009
o presente oferta
"The past does not determine our future but instead offers a set of lessons about the relationship between ideals and contingent realities."
Marta Minow
via don't touch my moleskine
Marta Minow
via don't touch my moleskine
12 de maio de 2009
cada um ao mesmo tempo
"Quero lhe fazer uma pergunta, mas responda com sinceridade. Você ama alguém? Jamais amou?
- Sim, mas…
- Não há mas. Quando se ama não existe mas.
- O mas é que posso amar outra pessoa também.
- Veja só…um menino de yeshivah e fala como um verdadeiro Don Juan. Quantas amantes teve até hoje?
- Só uma, Gina.
- Pelo menos é honesto, ou parece. Mark era mentiroso, um mentiroso horrível, patológico. Todo o tempo me escrevendo aquelas cartas ardentehttp://www.blogger.com/img/blank.gifs – que chegavam a chiar entre meus dedos. Se as pessoas podem mentir tanto, a vida não vale nada. Você disse que estava interessado em escrever, e tudo mais. Por que as pessoas mentem tanto? Qual o motivo?
- O motivo é haver leis que são mentiras desde o começo. O seu Mark pode ter amado você e seis outras ao mesmo tempo. Não podia assinar um contrato para amar você a vida toda. Obviamente teve outras o tempo todo. Só me admiro de você não poder entender isso.
- Eu entendo, entendo, sim. Posso entender tudo – até cada ladrão, cada assassino, cada degenerado. Mas só posso amar uma pessoa. Desde o dia em que o encontrei amei só a ele, e todos os meus sonhos foram só com ele.
- Não é culpa dele se tem natureza diferente da sua."
Isaac B. Singer | Amor e Exílio: Memórias
no palavraguda
- Sim, mas…
- Não há mas. Quando se ama não existe mas.
- O mas é que posso amar outra pessoa também.
- Veja só…um menino de yeshivah e fala como um verdadeiro Don Juan. Quantas amantes teve até hoje?
- Só uma, Gina.
- Pelo menos é honesto, ou parece. Mark era mentiroso, um mentiroso horrível, patológico. Todo o tempo me escrevendo aquelas cartas ardentehttp://www.blogger.com/img/blank.gifs – que chegavam a chiar entre meus dedos. Se as pessoas podem mentir tanto, a vida não vale nada. Você disse que estava interessado em escrever, e tudo mais. Por que as pessoas mentem tanto? Qual o motivo?
- O motivo é haver leis que são mentiras desde o começo. O seu Mark pode ter amado você e seis outras ao mesmo tempo. Não podia assinar um contrato para amar você a vida toda. Obviamente teve outras o tempo todo. Só me admiro de você não poder entender isso.
- Eu entendo, entendo, sim. Posso entender tudo – até cada ladrão, cada assassino, cada degenerado. Mas só posso amar uma pessoa. Desde o dia em que o encontrei amei só a ele, e todos os meus sonhos foram só com ele.
- Não é culpa dele se tem natureza diferente da sua."
Isaac B. Singer | Amor e Exílio: Memórias
no palavraguda
desejo
“Pense no que desejar”, comandava à fantasia, “não precisa ter vergonha de mim. Pode voar no mais alto céu ou cair no mais fundo abismo, pois, na essência, são a mesma coisa”.
Isaac B. Singer | Amor e Exílio: Memórias
no palavraguda
Isaac B. Singer | Amor e Exílio: Memórias
no palavraguda
11 de maio de 2009
excomungado
Eu sou criança, mimada, boba.
Não coloco malícia onde não tem.
Onde tem, não enxergo.
Parto do princípio de que todos são
como eu: simples.
Também excomungo, como o Papa,
quando as coisas ou pessoas
não são como eu gostaria.
Mas um minuto depois
já sou eu de novo: doce.
a vida coloca monstros diante de mim.
Não sei como lidar com eles.
fico com vontade de chorar
mas lembro que tenho que ser como todos: forte.
Fecho os olhos, aperto bastante.
Quando os abro o monstro é menos assustador.
Chuto sua canela, "sai da frente"
e sigo como eu sou: feliz.
Sabrina Davanzo
no inversomeu
Não coloco malícia onde não tem.
Onde tem, não enxergo.
Parto do princípio de que todos são
como eu: simples.
Também excomungo, como o Papa,
quando as coisas ou pessoas
não são como eu gostaria.
Mas um minuto depois
já sou eu de novo: doce.
a vida coloca monstros diante de mim.
Não sei como lidar com eles.
fico com vontade de chorar
mas lembro que tenho que ser como todos: forte.
Fecho os olhos, aperto bastante.
Quando os abro o monstro é menos assustador.
Chuto sua canela, "sai da frente"
e sigo como eu sou: feliz.
Sabrina Davanzo
no inversomeu
move
"Ficou sentada esperando que seus sonhos se tornassem realidade.
Ninguém lhe avisou que para dar vida a algum deles, era preciso sair do lugar."
Sabrina Davanzo
no inversomeu
Ninguém lhe avisou que para dar vida a algum deles, era preciso sair do lugar."
Sabrina Davanzo
no inversomeu
4 de maio de 2009
pergunto
“Sou feliz?”, indaguei a mim mesmo, e alguém dentro de mim respondeu: “Não”, “Por que não?”, retruquei, mas o outro ficou calado. Apurei os ouvidos e escutei a mim mesmo.
Isaac B. Singer | Amor e Exílio - Memórias
no palavraguda
Isaac B. Singer | Amor e Exílio - Memórias
no palavraguda
29 de abril de 2009
que trem hein!
entre o fim do começo e o começo
do fim toda coisa tem uma massa
inerte feito ponte pela qual
passamos distraídos - ou não:
os astecas sentiam chegar o exato
momento do meio da vida - o meio
do meio da vida, o momento em que
o que já vivemos é exatamente
igual ao que ainda não vivemos
- e nesse momento preciso o mais
comum dos astecas sentia uma súbita
e inexplicável vontade de tomar um trem
mas como ainda não o tinham inventado
ele acabava por entristecer-se
(daí a tristeza, essa vontade de algo
que ainda não inventaram)
Gregorio Duvivier | O meio de todas as coisas
do livro "A partir de amanhã eu juro que vai ser agora"
do fim toda coisa tem uma massa
inerte feito ponte pela qual
passamos distraídos - ou não:
os astecas sentiam chegar o exato
momento do meio da vida - o meio
do meio da vida, o momento em que
o que já vivemos é exatamente
igual ao que ainda não vivemos
- e nesse momento preciso o mais
comum dos astecas sentia uma súbita
e inexplicável vontade de tomar um trem
mas como ainda não o tinham inventado
ele acabava por entristecer-se
(daí a tristeza, essa vontade de algo
que ainda não inventaram)
Gregorio Duvivier | O meio de todas as coisas
do livro "A partir de amanhã eu juro que vai ser agora"
28 de abril de 2009
valor da amizade
"O que ainda me causa impressão suave são as provas de apego e gratidão, testemunhos de estima ou de simpatia. Creio mesmo que só a isso me prendo. Ora, essa cordialidade não me foi recusada. Se eu vi arrefecerem-se muitas de minhas amizades, aprendi a conhecer algumas novas almas, e pude sondar alguns nobres corações."
Amiel, Diário Íntimo
no palavraguda
Amiel, Diário Íntimo
no palavraguda
16 de abril de 2009
vê se aprende
"Quando você se compara aos outros, torna-se arrogante ou amarga, pois sempre haverá pessoas melhores e piores que você. Mantenha uma disciplina rígida, mas seja gentil com você mesma. É filha do universo, assim como as árvores e as estrelas; tem o direito de estar aqui."
Dos diários de Sylvia Plath
no palavraguda
Dos diários de Sylvia Plath
no palavraguda
sempre
"- Micha, a cabeça lhe dói?
Micha não respondeu de imediato.
- Sim. Estou sempre sonhando.
- Que é que você está sonhando?
- Tudo…"
Lendo Tchekov, do conto “O médico”
no palavraguda
Micha não respondeu de imediato.
- Sim. Estou sempre sonhando.
- Que é que você está sonhando?
- Tudo…"
Lendo Tchekov, do conto “O médico”
no palavraguda
13 de abril de 2009
o que é felicidade?
"Mar de rosas, com ondas gigantes, que invade e inunda toda a cidade que vive dentro da gente."
Sabrina Davanzo
Sabrina Davanzo
8 de abril de 2009
combinado?
"sejamos sempre namorados - deixemos isso combinado, amor - se der certo ou errado - por mais que o tempo passe - que sempre seja como a primeira vez"
Kassin +2
Kassin +2
6 de abril de 2009
estou em dia
"Filho do medo, o homem se afasta inexoravelmente, a cada minuto que passa, do seu eu intrínseco, aquele que ele deveria ser para se transformar em outra coisa, aquela que ele pensa que o ajudará a integrar-se ao mundo. Como o homem, consciente ou inconscientemente, insiste em ser algo que não é, acaba sendo cobrado pela vida a cada instante, e se a conta não lhe for apresentada hoje, certamente o será amanhã. E será sempre alta."
Fausto Wolff | A milésima segunda noite
no palavraguda
Fausto Wolff | A milésima segunda noite
no palavraguda
4 de abril de 2009
amar é
"Aprendi que o amor é feito de liberdade. É como ter, todos os dias, muitas outras opções. E, ainda assim, fazer a mesma livre escolha."
Cris Guerra
Cris Guerra
3 de abril de 2009
2 de abril de 2009
pra onde?
"Às vezes me sinto como um grão de poeira magnética sendo arrastado por uma agulha gigante."
Amanda Stern | Um longo lamento
no palavraguda
Amanda Stern | Um longo lamento
no palavraguda
31 de março de 2009
now
"Há uma vida depois da morte? Não podemos saber. Os cristãos acreditam que sim, pelo menos no mais das vezes. Eu não. Mas há uma vida antes da morte, e isso pelo menos nos aproxima!"
André Comte-Sponville | O espírito do ateísmo
no palavraguda
André Comte-Sponville | O espírito do ateísmo
no palavraguda
30 de março de 2009
brincadeira
"Não existe gente grande. Existem apenas crianças que fazem de conta que cresceram, ou que de fato cresceram sem no entanto acreditar plenamente nisso, sem conseguir apagar a criança que foram, que continuam sendo, apesar de tantas mudanças, que carregam consigo como um segredo, como um mistério, ou que as carrega… Ser adulto é ser um coadjuvante."
André Comte-Sponville | A Vida Humana
no palavraguda
André Comte-Sponville | A Vida Humana
no palavraguda
26 de março de 2009
(im)pressão
"Mais do que nunca tenho a impressão de que sou vítima da introspecção."
Os diários de Sylvia Plath
no palavraguda
Os diários de Sylvia Plath
no palavraguda
23 de março de 2009
adeus dará
"É de fato raro que alguém parta amigavelmente, porque se partisse amigavelmente, não partiria."
Marcel Proust | Em busca do tempo perdido
Marcel Proust | Em busca do tempo perdido
é
"No caminho de volta para o carro, um desses momentos em que a gente sabe direitinho o que é felicidade: aquele espaço rápido entre uma ansiedade e outra, em que tudo parece perfeito. E é."
Cristiana Guerra no livro para Francisco,
Cristiana Guerra no livro para Francisco,
17 de março de 2009
de molho
"Colocou de molho algumas peças de roupas que estavam encardidas.
Reparando na sujeira que saía aos poucos da roupa e se misturava à água, pensou que queria ser assim também. Queria poder se pôr de molho para tirar as marcas mais profundas que ficam impregnadas em si mesma.
O tempo de um mergulho é pouco. Precisava de mais. Talvez uma tarde, um dia todo submersa como as peças de roupa.
Sairia tudo e voltaria purificada? Ou seria o caso de, não sabendo lidar com a situação, ficaria com manchas (marcas) para sempre?
Roupa manchada a gente só usa dentro de casa. Não serve para se expor.
Ela tinha medo de, ao tentar se purificar, deixar ainda mais à mostra suas marcas."
Sabrina Davanzo
no inversomeu.blogspot.com
Reparando na sujeira que saía aos poucos da roupa e se misturava à água, pensou que queria ser assim também. Queria poder se pôr de molho para tirar as marcas mais profundas que ficam impregnadas em si mesma.
O tempo de um mergulho é pouco. Precisava de mais. Talvez uma tarde, um dia todo submersa como as peças de roupa.
Sairia tudo e voltaria purificada? Ou seria o caso de, não sabendo lidar com a situação, ficaria com manchas (marcas) para sempre?
Roupa manchada a gente só usa dentro de casa. Não serve para se expor.
Ela tinha medo de, ao tentar se purificar, deixar ainda mais à mostra suas marcas."
Sabrina Davanzo
no inversomeu.blogspot.com
16 de março de 2009
advinha!
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libertam
"… Sim Senhor, tudo o que queira, mas são as palavras as que cantam, as que sobem e baixam … Prosterno-me diante delas… Amo-as, uno-me a elas, persigo-as, mordo-as, derreto-as … Amo tanto as palavras … As inesperadas … As que avidamente a gente espera, espreita até que de repente caem … Vocábulos amados … Brilham como pedras coloridas, saltam como peixes de prata, são espuma, fio, metal, orvalho … Persigo algumas palavras … São tão belas que quero colocá-las todas em meu poema … Agarro-as no vôo, quando vão zumbindo, e capturo-as, limpo-as, aparo-as, preparo-me diante do prato, sinto-as cristalinas, vibrantes, ebúrneas, vegetais, oleosas, como frutas, como algas, como ágatas, como azeitonas … E então as revolvo, agito-as, bebo-as, sugo-as, trituro-as, adorno-as, liberto-as … Deixo-as como estalactites em meu poema; como pedacinhos de madeira polida, como carvão, como restos de naufrágio, presentes da onda … Tudo está na palavra … Uma idéia inteira muda porque uma palavra mudou de lugar ou porque outra se sentou como uma rainha dentro de uma frase que não a esperava e que a obedeceu … Têm sombra, transparência, peso, plumas, pelos, têm tudo o que ,se lhes foi agregando de tanto vagar pelo rio, de tanto transmigrar de pátria, de tanto ser raízes … São antiquíssimas e recentíssimas. Vivem no féretro escondido e na flor apenas desabrochada … Que bom idioma o meu, que boa língua herdamos dos conquistadores torvos … Estes andavam a passos largos pelas tremendas cordilheiras, pelas Américas encrespadas, buscando batatas, butifarras*, feijõezinhos, tabaco negro, ouro, milho, ovos fritos, com aquele apetite voraz que nunca mais,se viu no mundo … Tragavam tudo: religiões, pirâmides, tribos, idolatrias iguais às que eles traziam em suas grandes bolsas… Por onde passavam a terra ficava arrasada… Mas caíam das botas dos bárbaros, das barbas, dos elmos, das ferraduras. Como pedrinhas, as palavras luminosas que permaneceram aqui resplandecentes… o idioma. Saímos perdendo… Saímos ganhando… Levaram o ouro e nos deixaram o ouro… Levaram tudo e nos deixaram tudo… Deixaram-nos as palavras."
Pablo Neruda
no bonitoisso.wordpress.com
Pablo Neruda
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11 de março de 2009
viver
"Gostaria de ser qualquer um, aleijado, moribundo, puta, e depois retornar para escrever sobre meus pensamentos, minhas emoções, enquanto fui aquela pessoa. Mas não sou onisciente. Tenho de viver a minha vida, ela é a unica que terei. E você não pode considerar a própria vida com curiosidade objetiva o tempo todo…"
Os diários de Sylvia Plath - 1950/1962
no palavraguda.wordpress.com
Os diários de Sylvia Plath - 1950/1962
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9 de março de 2009
pensamento de uma vida
"A necessidade de agir é maior do que a possibilidade de conhecer."
Immanuel Kant
Immanuel Kant
5 de março de 2009
2 de março de 2009
assim
Eu faço poema
como quem canta com alma pequena
canções que um dia de longe ouviu
Eu faço poesia
como quem diz sem querer dizer
palavras, fatos que nunca chegaram acontecer
Eu faço versos
como quem perde a rima, desafina
não conhece o fio que está a tecer
Eu conto prosa
como quem estende uma rosa
sem de fato querer oferecer
Por fim, não faço é nada
como quem paralisa, enlouquece
mata dentro de si
palavras que soariam prece
Sabrina Davanzo
no inversomeu.blogspot.com
como quem canta com alma pequena
canções que um dia de longe ouviu
Eu faço poesia
como quem diz sem querer dizer
palavras, fatos que nunca chegaram acontecer
Eu faço versos
como quem perde a rima, desafina
não conhece o fio que está a tecer
Eu conto prosa
como quem estende uma rosa
sem de fato querer oferecer
Por fim, não faço é nada
como quem paralisa, enlouquece
mata dentro de si
palavras que soariam prece
Sabrina Davanzo
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transparentes
Para ser como criança
1. Espontaneidade de ação: crianças, como se diz, não têm uma vida interna complexa, então suas respostas a acontecimentos são imediatas, quase instintivas, e sem a ansiedade que frequentemente acompanha análises retrospectivas, comuns aos adultos, de gestos ou ações já realizados.
2. Orientação para o aqui-e-agora: em decorrência do primeiro componente, as crianças não têm uma bagagem de passado e, sobretudo, têm menos capacidade para imaginar concretamente seu futuro (embora sem dúvida possuam uma imaginação rica), de modo que sua perspectiva tende, na maior parte, a ser orientada para o presente, e não ao passado ou ao futuro.
3. Facilidade de expressão verbal e corporal: sem consciência da observação dos outros, as crianças navegam livremente nos espaços físico, auditivo, olfativo e verbal que habitam.
Do livro Existo, logo penso, de Alexander George
no palavraguda.wordpress.com
1. Espontaneidade de ação: crianças, como se diz, não têm uma vida interna complexa, então suas respostas a acontecimentos são imediatas, quase instintivas, e sem a ansiedade que frequentemente acompanha análises retrospectivas, comuns aos adultos, de gestos ou ações já realizados.
2. Orientação para o aqui-e-agora: em decorrência do primeiro componente, as crianças não têm uma bagagem de passado e, sobretudo, têm menos capacidade para imaginar concretamente seu futuro (embora sem dúvida possuam uma imaginação rica), de modo que sua perspectiva tende, na maior parte, a ser orientada para o presente, e não ao passado ou ao futuro.
3. Facilidade de expressão verbal e corporal: sem consciência da observação dos outros, as crianças navegam livremente nos espaços físico, auditivo, olfativo e verbal que habitam.
Do livro Existo, logo penso, de Alexander George
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27 de fevereiro de 2009
temas
"Sobre o meu colo repousa
quase pluma
sua presença-presente
E a lembrança desse ardor
já quase antigo
desfia
desnuda
desperta
temas que nem têm nome
ou forma
Mas andam comigo
suspensos
Em franca vizinhança"
Rebecca P.
no umasoutras.blogspot.com
quase pluma
sua presença-presente
E a lembrança desse ardor
já quase antigo
desfia
desnuda
desperta
temas que nem têm nome
ou forma
Mas andam comigo
suspensos
Em franca vizinhança"
Rebecca P.
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seguro
"(...) Acho que é da gente essa vontade de ter um porto, um porto pra descansar. Sei que sou capaz de continuar nadando por muito tempo e acho que já me acostumei com isso. Mas saber que existe um porto ameniza a viagem."
O barco e a bicicleta | Cristiana Guerra
no parafrancisco.blogspot.com
O barco e a bicicleta | Cristiana Guerra
no parafrancisco.blogspot.com
26 de fevereiro de 2009
sentido
"Encontrar um sentido no mundo de uma outra pessoa - mesmo que apenas de modo temporário - já é muito."
Niklas Luhmann, sociólogo alemão.
no palavraguda.wordpress.com
Niklas Luhmann, sociólogo alemão.
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18 de fevereiro de 2009
viver
"E não será a maturidade, a coragem de viver sucessivas aprendizagens que não nos podem destruir?"
Nélida Piñon, em entrevista a Edla Van Steen.
no palavraguda.wordpress.com
Nélida Piñon, em entrevista a Edla Van Steen.
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concentre-se
"Você precisa aprender a ficar imóvel em meio a uma atividade, e a ser vibrantemente vivo em repouso."
Mahatma Gandhi
Mahatma Gandhi
Namasté
Sattva-sauddhi-saumanasya-ekagrya-indriyajaya-atma-
darsana-yogi-atvani ca (II.41)
Então a pureza, a clareza e o bem-estar do espírito florescem, assim como a concentração, o domínio sobre os onze órgãos dos sentidos e a percepção do ser interno.
Um dos Niyamas do Yoga Sutra de Patañjali. É um conjunto de comportamentos codificados como "as observâncias" em numerosas escrituras hindus para os yoguis.
darsana-yogi-atvani ca (II.41)
Então a pureza, a clareza e o bem-estar do espírito florescem, assim como a concentração, o domínio sobre os onze órgãos dos sentidos e a percepção do ser interno.
Um dos Niyamas do Yoga Sutra de Patañjali. É um conjunto de comportamentos codificados como "as observâncias" em numerosas escrituras hindus para os yoguis.
16 de fevereiro de 2009
confia
"Seca teu pranto
em algum canto
há quem se preocupe com você.
Recolhe tuas lágrimas
sal caído na terra
que de alguma forma
alguém por ti encerra
um grande bem-querer.
Confia.
Ninguém nesse mundo é tão sozinho
a ponto de ter em sua carne um espinho
e nenhuma ajuda para remover."
Sabrina Davanzo
no inversomeu.blogspot.com
em algum canto
há quem se preocupe com você.
Recolhe tuas lágrimas
sal caído na terra
que de alguma forma
alguém por ti encerra
um grande bem-querer.
Confia.
Ninguém nesse mundo é tão sozinho
a ponto de ter em sua carne um espinho
e nenhuma ajuda para remover."
Sabrina Davanzo
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13 de fevereiro de 2009
12 de fevereiro de 2009
10 de fevereiro de 2009
desse jeitinho mesmo
“Nunca houve dois corações mais abertos,
Nem gostos mais semelhantes,
Ou Sentimentos mais em sintonia!”
Jane Austen
Nem gostos mais semelhantes,
Ou Sentimentos mais em sintonia!”
Jane Austen
e responda
"Não se deixe intimidar com perguntas; simplesmente tenha calma."
Ludwig Wittgenstein
no palavraguda.wordpress.com
Ludwig Wittgenstein
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9 de fevereiro de 2009
um bom dia
"Hoje quando acordei o dia era cinza, ventava e o ar tinha cheiro de chuva.
Dentro de mim o sol brilhava e tudo era de um azul indescritível.
O céu de verdade não afetava a paz do céu que havia em mim.
Então, aos poucos, o que estava dentro foi também estando fora.
Acho que é a força do pensamento positivo."
Sabrina Davanzo | O céu em mim
no inversomeu.blogspot.com
Dentro de mim o sol brilhava e tudo era de um azul indescritível.
O céu de verdade não afetava a paz do céu que havia em mim.
Então, aos poucos, o que estava dentro foi também estando fora.
Acho que é a força do pensamento positivo."
Sabrina Davanzo | O céu em mim
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5 de fevereiro de 2009
loucos para viver
"Eles dançavam pelas ruas como peões e eu me arrastava atrás como sempre tenho feito toda minha vida atrás de pessoas que me interessam, porque as únicas pessoas que me interessam são os loucos, os que estão loucos para viver, loucos para falar, que querem tudo ao mesmo tempo, aqueles que nunca bocejam ou falam chavões…mas queimam, queimam, queimam como fogos de artifício pela noite."
Jack Kerouac | On the road, o manuscrito original
no palavraguda.wordpress.com
Jack Kerouac | On the road, o manuscrito original
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30 de janeiro de 2009
então é hoje
"Planejar o futuro é uma fuga, eu acho que planejar o futuro é mesmo uma fuga de viver o dia e olhar o que está acontecendo agora, quando eu era criança eu nunca planejava o futuro e o tempo para mim parece que não passava, nem existia, só o presente, e tudo era mais intenso, hoje às vezes eu fico planejando o futuro, pensando no que eu vou ser (…), chega de pensar no futuro, ah, pensar no futuro cansa tanto! E quando vejo, o tempo passou e eu não percebi, Divirta-se, já que você não consegue mudar nada, essa é outra frase que fica na porta do meu quarto, a gente consegue mudar alguma coisa no mundo, um pouco, pouquíssimo, quase nada, e acho que o mundo muda mais a gente do que a gente muda o mundo (…)."
Ana Miranda | do conto “O meu quarto“
no palavraguda.wordpress.com
Ana Miranda | do conto “O meu quarto“
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29 de janeiro de 2009
28 de janeiro de 2009
26 de janeiro de 2009
25 de janeiro de 2009
algo bom
"O que você quer, o que você espera enquanto vaga pelo mundo é que algo aconteça a você."
Robert Frost, do livro Ler, Viver e Amar em Los Angeles, de Jennifer Kaufman e Karen Mack.
no palavraguda.wordpress.com
Robert Frost, do livro Ler, Viver e Amar em Los Angeles, de Jennifer Kaufman e Karen Mack.
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eu
"Eu existi, eu sou, eu pensei, eu senti, e eu queria que você soubesse."
Rachel de Queiroz
no palavraguda.wordpress.com
Rachel de Queiroz
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22 de janeiro de 2009
urgência
"Existe uma urgência dentro de mim.
Alguma coisa muito viva clama por mais dentro das minhas veias.
Não. Não sou viciada em entorpecentes ou alucinógenos.
Meu vício é ânsia por acontecer.
Minha urgência é porta de pronto-socorro.
Entra e sai um grito, um soco no estômago, um arranhão fundo, um corte superficial.
Minha auto-medicina me intui. Posso fazer um curativo de calma, uma tala que sustenta angústias. Aplicar uma ampola de tempo para aliviar a dor.
prefiro esperar pelo atendimento especializado.
No banco gelado da ausência outros acidentados cruzam meu caminho, reparam em minhas feridas. Não os olhos. Meu sofrimento me basta.
A sirene toca. Emergência. Alguém pior que eu chega apoiado em uma desculpa (muleta). Hiii..Vão passá-lo na minha frente.
Não. É hora de trocar plantão. Trocar o dia, a noite.
Pergunto a atendente:
'Demora muito para que eu seja atendida? Não aguento mais esperar!'"
Sabrina Davanzo
no inversomeu.blogspot.com
Alguma coisa muito viva clama por mais dentro das minhas veias.
Não. Não sou viciada em entorpecentes ou alucinógenos.
Meu vício é ânsia por acontecer.
Minha urgência é porta de pronto-socorro.
Entra e sai um grito, um soco no estômago, um arranhão fundo, um corte superficial.
Minha auto-medicina me intui. Posso fazer um curativo de calma, uma tala que sustenta angústias. Aplicar uma ampola de tempo para aliviar a dor.
prefiro esperar pelo atendimento especializado.
No banco gelado da ausência outros acidentados cruzam meu caminho, reparam em minhas feridas. Não os olhos. Meu sofrimento me basta.
A sirene toca. Emergência. Alguém pior que eu chega apoiado em uma desculpa (muleta). Hiii..Vão passá-lo na minha frente.
Não. É hora de trocar plantão. Trocar o dia, a noite.
Pergunto a atendente:
'Demora muito para que eu seja atendida? Não aguento mais esperar!'"
Sabrina Davanzo
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20 de janeiro de 2009
sabedoria
n.124
"As tintas exageradas da ilusão podem encobrir a beleza da realidade em branco-e-preto."
Rosana Hermann
no queridoleitor.zip.net
Rosana Hermann
no queridoleitor.zip.net
19 de janeiro de 2009
não pense
"Se você me cedesse esse momento,
Se você se metesse em se arriscar,
Saberia que vale à pena estar
Nesse risco, por todo meu talento.
Meu talento viria e o sentimento
Que seu desvelo cisma em segurar
Se soltaria, como do luar
Se solta o branco no entardecimento.
Por isso esse sussurro em seu ouvido:
Para que tenha um coração rendido
Ao me ceder em uma prova empírica;
Para que se apaixone e que se lance
No desenlace, para que não pense
O quanto convencida é minha lírica."
Daniel Gil
Se você se metesse em se arriscar,
Saberia que vale à pena estar
Nesse risco, por todo meu talento.
Meu talento viria e o sentimento
Que seu desvelo cisma em segurar
Se soltaria, como do luar
Se solta o branco no entardecimento.
Por isso esse sussurro em seu ouvido:
Para que tenha um coração rendido
Ao me ceder em uma prova empírica;
Para que se apaixone e que se lance
No desenlace, para que não pense
O quanto convencida é minha lírica."
Daniel Gil
derivar
"Ele deriva pela água azul
sob a lua clara,
pegando lírios brancos
no Lago Sul.
Cada flor de lótus
fala de amor
até seu coração
se despedaçar."
Li Po (poeta chinês do séc. VIII).
sob a lua clara,
pegando lírios brancos
no Lago Sul.
Cada flor de lótus
fala de amor
até seu coração
se despedaçar."
Li Po (poeta chinês do séc. VIII).
12 de janeiro de 2009
no meu lugar
"Tenho, dentro de mim, um quintal cheio de árvore
cada conquista é um fruto
cada perda, um luto.
Nesse quintal me permito ser criança
cada movimento é uma dança
cada vez que a música para, cansa.
Esse quintal chamo de coração
teimoso, cada hora bate de um jeito:
na alegria bate manso,
na tristeza, acelera no peito."
Sabrina Davanzo
no inversomeu.blogspot.com
cada conquista é um fruto
cada perda, um luto.
Nesse quintal me permito ser criança
cada movimento é uma dança
cada vez que a música para, cansa.
Esse quintal chamo de coração
teimoso, cada hora bate de um jeito:
na alegria bate manso,
na tristeza, acelera no peito."
Sabrina Davanzo
no inversomeu.blogspot.com
no rumo
"Sua pequena vontade não faz nada. É preciso uma Grande Determinação. Não se trata apenas de esforço. Significa que todo o universo está com você e por trás de você - os passáros, as árvores, o céu, a lua e as dez direções."
Katagiri Roshi
no palavraguda.wordpress.com
Katagiri Roshi
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no paraíso
"Caminho todos os dias para alcançar o bem estar diário e assim escapo de todas as doenças. Meus melhores pensamentos vieram durante caminhadas, e eu não conheço nenhum pensamento que seja tão pesado e do qual não possamos nos livrar caminhando. Permaneçamos caminhando, tudo segue."
Soren Kierkegaard
no palavraguda.wordpress.com
em Arraial do Cabo fiz assim.
Soren Kierkegaard
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em Arraial do Cabo fiz assim.
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