25 de fevereiro de 2010

ctrl c

menininha na igreja:
"mãe, amém é tipo enter, né?"

via @peele

12 de fevereiro de 2010

8 de fevereiro de 2010

ileso

segue
sem
o som
de guizos

sabe
bem
o peso
de seus sorrisos
Renata de Aragão Lopes

5 de fevereiro de 2010

mais leve

"Minha mãe anda preocupada com a minha irmã. A preocupação faz todo o sentido do mundo: minha irmã anda trabalhando demais. E por isso não tem dormido direito, vive com olheiras, está estressada, nervosa, irritada. Minha irmã é bióloga e passa seus dias procurando uma forma de diagnosticar a dengue. Difícil imaginar trabalho mais nobre.

Eu também tenho trabalhado bastante. Devido a um período de concorrências, tenho virado noites e passado finais de semana na agência. O esforço extra também me rendeu olheiras profundas, cansaço, stress, nervosismo. Mesmo com tudo isso, minha mãe não parece muito preocupada comigo. Afinal, se por um lado minha irmã tem ocupado seu tempo tentando salvar a humanidade, eu só faço propaganda.

Para nós, publicitários, é difícil admitir, mas minha mãe está certa. Por mais que a gente se esforce e encare cada job com a maior importância do mundo, o que nós fazemos não vai mudar o destino da raça humana. Não vai, sequer, causar impacto significativo na vida de uma única pessoa. A gente faz propaganda. E propaganda, na percepção das pessoas comuns, é somente uma pequena distração em seu cotidiano. Uma interrupção que, quando muito, consegue emocionar por alguns segundos.

Que lição podemos tirar de tudo isso? Vamos levar o nosso trabalho menos a sério. Vamos nos divertir, esquecer as reuniões sisudas, as metas, os objetivos empresariais, os complicados termos em inglês. Isso tudo sim é importante e digno de preocupação. O nosso trabalho é bem mais simples que isso. Nós só precisamos arrancar alguma emoção do nosso público. Se fizermos isso, e apenas isso, nossa missão estará cumprida. Parece pouco mas, devido ao stress e a seriedade que nós mesmos nos impomos, nem isso temos conseguido alcançar.

P.S.: Fui injusto com a minha mãe. Ela anda sim preocupada comigo. Minhas olheiras e meu nervosismo lhe parecem sinais bem evidentes de que eu ando usando drogas. Coisa de publicitário."
Sobre as preocupações da minha mãe
Rodrigo Poersch - Diretor de Criação da WOW! Comunicação

pares

"Na dança do movimento, às vezes olhamos o todo e, de repente, desgostamos. Vira uma situação carcerária interna, sôfrega, desilusória. Bate um vazio. Parece que a vida perdeu o passo, destrilhou. A coreografia não orna com a melodia, estamos definitivamente fazendo alguma coisa errada, acabando com a nossa saúde.
Hoje descobri a saída perfeita: Os pares. É preciso conectar esses com aqueles, essa cor com aquela, cada coisa na sua vez, por vez. De manhã, isso, assim, aquilo também. Depois, respire calmamente, quebre o carreirão, mastigue. Mais tarde, a outra coisa, uma só, lerda e lenta, bem feita, bonita de ver. Junte com ela, pela cintura, deslize-se, deslize-a."
Ricardo Gaioso

3 de fevereiro de 2010

então eu vou

"Wherever you go, there you are."
Jon Kabat-Zinn

1 de fevereiro de 2010

soma

se
a
obra
é
a
soma
das
penas
pago
mas
quero
meu
troco
em
poemas
Alice Ruiz
no bonitoisso