15 de junho de 2009

porte de arma

"A memória é uma arma branca. De tão branca, apaga todo vestígio de paz. Sempre afiada, à qualquer palavra corta o fio que desenrola o carretel e me enforca em lembranças.
Ainda tem um poder de arremessar-me aos pensamentos de futuros que não existem. Ou só existem na imaginação. Tempos que pertencem só a mim, dos quais não faço parte.
Um bar, um filme, uma palavra. Tudo suja minha lembrança de um futuro branco. Sem meu nome. Sem minha imagem. Sem nada e com tudo que me tira a paz."
Souto Fernandes

Um comentário:

vá disse...

“Ah, não há saudades mais dolorosas do que as das coisas que nunca foram!” (Fernando Pessoa - Livro do Desassossego)

* Escreve cada vez mais lindo!

Beijo