29 de abril de 2009

que trem hein!

entre o fim do começo e o começo
do fim toda coisa tem uma massa
inerte feito ponte pela qual
passamos distraídos - ou não:
os astecas sentiam chegar o exato
momento do meio da vida - o meio
do meio da vida, o momento em que
o que já vivemos é exatamente
igual ao que ainda não vivemos
- e nesse momento preciso o mais
comum dos astecas sentia uma súbita
e inexplicável vontade de tomar um trem
mas como ainda não o tinham inventado
ele acabava por entristecer-se
(daí a tristeza, essa vontade de algo
que ainda não inventaram)
Gregorio Duvivier | O meio de todas as coisas
do livro "A partir de amanhã eu juro que vai ser agora"

Um comentário:

vá disse...

acho que estou na metade da vida rsrs