20 de novembro de 2008

fotografias retínicas

a bala
vem do soco
bem no plexo
como no boxe

as unhas
na carne
do seu braço

tiras finas
das ranhuras
sangue em gotas

imprimiram
na retina
toda a cena

o coice
do cavalo
na pupila

o coito
dos leões
feita na tela

a sangria
selvagem
nas vitrinas

o buraco
do olho espia
quase um hóspede

nas crateras
da avenida
nos perdemos

labirintos
de memória
e fantasia.
Regis Gonçalves

Um comentário:

Anônimo disse...

Esplêndido!