"Há uma vida depois da morte? Não podemos saber. Os cristãos acreditam que sim, pelo menos no mais das vezes. Eu não. Mas há uma vida antes da morte, e isso pelo menos nos aproxima!"
André Comte-Sponville | O espírito do ateísmo
no palavraguda
31 de março de 2009
30 de março de 2009
brincadeira
"Não existe gente grande. Existem apenas crianças que fazem de conta que cresceram, ou que de fato cresceram sem no entanto acreditar plenamente nisso, sem conseguir apagar a criança que foram, que continuam sendo, apesar de tantas mudanças, que carregam consigo como um segredo, como um mistério, ou que as carrega… Ser adulto é ser um coadjuvante."
André Comte-Sponville | A Vida Humana
no palavraguda
André Comte-Sponville | A Vida Humana
no palavraguda
26 de março de 2009
(im)pressão
"Mais do que nunca tenho a impressão de que sou vítima da introspecção."
Os diários de Sylvia Plath
no palavraguda
Os diários de Sylvia Plath
no palavraguda
23 de março de 2009
adeus dará
"É de fato raro que alguém parta amigavelmente, porque se partisse amigavelmente, não partiria."
Marcel Proust | Em busca do tempo perdido
Marcel Proust | Em busca do tempo perdido
é
"No caminho de volta para o carro, um desses momentos em que a gente sabe direitinho o que é felicidade: aquele espaço rápido entre uma ansiedade e outra, em que tudo parece perfeito. E é."
Cristiana Guerra no livro para Francisco,
Cristiana Guerra no livro para Francisco,
17 de março de 2009
de molho
"Colocou de molho algumas peças de roupas que estavam encardidas.
Reparando na sujeira que saía aos poucos da roupa e se misturava à água, pensou que queria ser assim também. Queria poder se pôr de molho para tirar as marcas mais profundas que ficam impregnadas em si mesma.
O tempo de um mergulho é pouco. Precisava de mais. Talvez uma tarde, um dia todo submersa como as peças de roupa.
Sairia tudo e voltaria purificada? Ou seria o caso de, não sabendo lidar com a situação, ficaria com manchas (marcas) para sempre?
Roupa manchada a gente só usa dentro de casa. Não serve para se expor.
Ela tinha medo de, ao tentar se purificar, deixar ainda mais à mostra suas marcas."
Sabrina Davanzo
no inversomeu.blogspot.com
Reparando na sujeira que saía aos poucos da roupa e se misturava à água, pensou que queria ser assim também. Queria poder se pôr de molho para tirar as marcas mais profundas que ficam impregnadas em si mesma.
O tempo de um mergulho é pouco. Precisava de mais. Talvez uma tarde, um dia todo submersa como as peças de roupa.
Sairia tudo e voltaria purificada? Ou seria o caso de, não sabendo lidar com a situação, ficaria com manchas (marcas) para sempre?
Roupa manchada a gente só usa dentro de casa. Não serve para se expor.
Ela tinha medo de, ao tentar se purificar, deixar ainda mais à mostra suas marcas."
Sabrina Davanzo
no inversomeu.blogspot.com
16 de março de 2009
advinha!
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhS6uJEe1mMJMiwBoRqOqkQmK4seMDNZjRmsS3MwvKX6qWl1LSbLnbjN_bPJkMyR2_E0_ChMy3A6Jq_WRKAjqvH4kZwReRQjVc5BW4DiQiS9v_SQHVzjRQBj_u9RvIQIsP9VNq-hafORQRt/s400/owner1.jpg)
poster public project | egor bashakov / elay, eika dopludo, dopludo collective
no donttouchmymoleskine
libertam
"… Sim Senhor, tudo o que queira, mas são as palavras as que cantam, as que sobem e baixam … Prosterno-me diante delas… Amo-as, uno-me a elas, persigo-as, mordo-as, derreto-as … Amo tanto as palavras … As inesperadas … As que avidamente a gente espera, espreita até que de repente caem … Vocábulos amados … Brilham como pedras coloridas, saltam como peixes de prata, são espuma, fio, metal, orvalho … Persigo algumas palavras … São tão belas que quero colocá-las todas em meu poema … Agarro-as no vôo, quando vão zumbindo, e capturo-as, limpo-as, aparo-as, preparo-me diante do prato, sinto-as cristalinas, vibrantes, ebúrneas, vegetais, oleosas, como frutas, como algas, como ágatas, como azeitonas … E então as revolvo, agito-as, bebo-as, sugo-as, trituro-as, adorno-as, liberto-as … Deixo-as como estalactites em meu poema; como pedacinhos de madeira polida, como carvão, como restos de naufrágio, presentes da onda … Tudo está na palavra … Uma idéia inteira muda porque uma palavra mudou de lugar ou porque outra se sentou como uma rainha dentro de uma frase que não a esperava e que a obedeceu … Têm sombra, transparência, peso, plumas, pelos, têm tudo o que ,se lhes foi agregando de tanto vagar pelo rio, de tanto transmigrar de pátria, de tanto ser raízes … São antiquíssimas e recentíssimas. Vivem no féretro escondido e na flor apenas desabrochada … Que bom idioma o meu, que boa língua herdamos dos conquistadores torvos … Estes andavam a passos largos pelas tremendas cordilheiras, pelas Américas encrespadas, buscando batatas, butifarras*, feijõezinhos, tabaco negro, ouro, milho, ovos fritos, com aquele apetite voraz que nunca mais,se viu no mundo … Tragavam tudo: religiões, pirâmides, tribos, idolatrias iguais às que eles traziam em suas grandes bolsas… Por onde passavam a terra ficava arrasada… Mas caíam das botas dos bárbaros, das barbas, dos elmos, das ferraduras. Como pedrinhas, as palavras luminosas que permaneceram aqui resplandecentes… o idioma. Saímos perdendo… Saímos ganhando… Levaram o ouro e nos deixaram o ouro… Levaram tudo e nos deixaram tudo… Deixaram-nos as palavras."
Pablo Neruda
no bonitoisso.wordpress.com
Pablo Neruda
no bonitoisso.wordpress.com
11 de março de 2009
viver
"Gostaria de ser qualquer um, aleijado, moribundo, puta, e depois retornar para escrever sobre meus pensamentos, minhas emoções, enquanto fui aquela pessoa. Mas não sou onisciente. Tenho de viver a minha vida, ela é a unica que terei. E você não pode considerar a própria vida com curiosidade objetiva o tempo todo…"
Os diários de Sylvia Plath - 1950/1962
no palavraguda.wordpress.com
Os diários de Sylvia Plath - 1950/1962
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9 de março de 2009
pensamento de uma vida
"A necessidade de agir é maior do que a possibilidade de conhecer."
Immanuel Kant
Immanuel Kant
5 de março de 2009
2 de março de 2009
assim
Eu faço poema
como quem canta com alma pequena
canções que um dia de longe ouviu
Eu faço poesia
como quem diz sem querer dizer
palavras, fatos que nunca chegaram acontecer
Eu faço versos
como quem perde a rima, desafina
não conhece o fio que está a tecer
Eu conto prosa
como quem estende uma rosa
sem de fato querer oferecer
Por fim, não faço é nada
como quem paralisa, enlouquece
mata dentro de si
palavras que soariam prece
Sabrina Davanzo
no inversomeu.blogspot.com
como quem canta com alma pequena
canções que um dia de longe ouviu
Eu faço poesia
como quem diz sem querer dizer
palavras, fatos que nunca chegaram acontecer
Eu faço versos
como quem perde a rima, desafina
não conhece o fio que está a tecer
Eu conto prosa
como quem estende uma rosa
sem de fato querer oferecer
Por fim, não faço é nada
como quem paralisa, enlouquece
mata dentro de si
palavras que soariam prece
Sabrina Davanzo
no inversomeu.blogspot.com
transparentes
Para ser como criança
1. Espontaneidade de ação: crianças, como se diz, não têm uma vida interna complexa, então suas respostas a acontecimentos são imediatas, quase instintivas, e sem a ansiedade que frequentemente acompanha análises retrospectivas, comuns aos adultos, de gestos ou ações já realizados.
2. Orientação para o aqui-e-agora: em decorrência do primeiro componente, as crianças não têm uma bagagem de passado e, sobretudo, têm menos capacidade para imaginar concretamente seu futuro (embora sem dúvida possuam uma imaginação rica), de modo que sua perspectiva tende, na maior parte, a ser orientada para o presente, e não ao passado ou ao futuro.
3. Facilidade de expressão verbal e corporal: sem consciência da observação dos outros, as crianças navegam livremente nos espaços físico, auditivo, olfativo e verbal que habitam.
Do livro Existo, logo penso, de Alexander George
no palavraguda.wordpress.com
1. Espontaneidade de ação: crianças, como se diz, não têm uma vida interna complexa, então suas respostas a acontecimentos são imediatas, quase instintivas, e sem a ansiedade que frequentemente acompanha análises retrospectivas, comuns aos adultos, de gestos ou ações já realizados.
2. Orientação para o aqui-e-agora: em decorrência do primeiro componente, as crianças não têm uma bagagem de passado e, sobretudo, têm menos capacidade para imaginar concretamente seu futuro (embora sem dúvida possuam uma imaginação rica), de modo que sua perspectiva tende, na maior parte, a ser orientada para o presente, e não ao passado ou ao futuro.
3. Facilidade de expressão verbal e corporal: sem consciência da observação dos outros, as crianças navegam livremente nos espaços físico, auditivo, olfativo e verbal que habitam.
Do livro Existo, logo penso, de Alexander George
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