16 de outubro de 2007

irritando

" ...seja ela prevista em bolas de cristal, bulas de remédio ou pragas de mãe, a desilusão do amor não é nada comparada à desilusão consigo mesmo, causada pela péssima auto estima que as pessoas de bom senso costumam ter. E para este tipo de desilusão só exite um antídoto, uma paixão. Pois o outro olha para você e vê tudo aquilo de lindo que espelho algum mostrou. Só o apaixonado por você tem a sagacidade de notar em você o que ninguém notou, fazendo enfim o elogio que nenhum professor lhe fez, a gentileza que nenhum cavalheiro lhe fez, a gracinha que nenhum canalha lhe fez. Um sentimento desses, está claro, pode mudar todas as pedras de lugar. Amor, paixão, ódio, ninguém consegue provar se há diferença entre eles. Por isso tem gente que não ama e nem é amado. São os que não aguentam levantar a tampa que os protege do incerto, e mudar. Pois a paixão é incerta, não aceitando o estabelecido. O amor, pior, engana, garantindo que poderá ser estável e infinito. E o ódio, esse é sempre eterno. Portanto, quem é que não ama, não se apaixona, não odeia? Os covardes? Com certeza. Os covardes, entretanto, sábios. Naquele conceito de sabedoria que mata você de velho. E morrer de velho, convenhamos, é a coisa mais humilhante do mundo. "

Fernanda Young em Aritmética

Um comentário:

Anônimo disse...

É..o encontro do eu comigo é f....! (ops...quero dizer muito difícil)

Beijo