31 de outubro de 2007
30 de outubro de 2007
29 de outubro de 2007
poema para Bia Norek
antes eu achava que depois do sol vinha a lua
porque a vida era o dia, a noite, o certo, o errado, o preto no branco
o início e fim sem recheio
precisei ouvir a voz de uma menina poeta
para começar a pensar em bombas de chocolate
e descobrir que o meio é a melhor parte,
pois entre a primeira e última mordida
acontece tanta coisa...
a gente pode olhar para lado e encontrar o amor de nossa vida
ou ir caminhar e ralar os joelhos
cair da bicicleta e levantar sorrindo
ou ganhar um presente e chorar
comer pão de queijo no café, almoço e jantar
ou fazer refeições balanceadas para equilibrar o peso
a gente pode tanta coisa...
é só entender que o dia não acaba quando o sol se põe
antes da lua,
vem o vento.
Juliana Hollanda
porque a vida era o dia, a noite, o certo, o errado, o preto no branco
o início e fim sem recheio
precisei ouvir a voz de uma menina poeta
para começar a pensar em bombas de chocolate
e descobrir que o meio é a melhor parte,
pois entre a primeira e última mordida
acontece tanta coisa...
a gente pode olhar para lado e encontrar o amor de nossa vida
ou ir caminhar e ralar os joelhos
cair da bicicleta e levantar sorrindo
ou ganhar um presente e chorar
comer pão de queijo no café, almoço e jantar
ou fazer refeições balanceadas para equilibrar o peso
a gente pode tanta coisa...
é só entender que o dia não acaba quando o sol se põe
antes da lua,
vem o vento.
Juliana Hollanda
sobre uma maioria
"É-me demasiadamente constrangedor ver pessoas se
distanciando cada vez mais da postura humana e ética
de ser e estar. Os valores tornaram-se inúteis diante
das turbulências criadas para tornar e nos lembrar que
realmente o que tem valor é a astúcia, a vontade de
sobrepujar acerca dos méritos que não cabem ao finório.
É intricado entender o que passa com essas pessoas
que vivem em função de passar os outros para um segundo
plano, como backgrounds que servem para alimentar,
um dia que seja, os desejos infrenes da postura-não-ética."
Marcos Leão
concordo plenamente!
distanciando cada vez mais da postura humana e ética
de ser e estar. Os valores tornaram-se inúteis diante
das turbulências criadas para tornar e nos lembrar que
realmente o que tem valor é a astúcia, a vontade de
sobrepujar acerca dos méritos que não cabem ao finório.
É intricado entender o que passa com essas pessoas
que vivem em função de passar os outros para um segundo
plano, como backgrounds que servem para alimentar,
um dia que seja, os desejos infrenes da postura-não-ética."
Marcos Leão
concordo plenamente!
26 de outubro de 2007
pra ver o 'sol'
"Change your heart
Look around you
Change your heart
It will astound you
I need your lovin'
Like the sunshine"
Beck | Everybody's Got to Learn Sometime
OK!
Look around you
Change your heart
It will astound you
I need your lovin'
Like the sunshine"
Beck | Everybody's Got to Learn Sometime
OK!
24 de outubro de 2007
23 de outubro de 2007
momento astrologia
Seu ascendente está no signo de sagitário, esta é a estrela que orienta sua evolução durante esta vida. Complexo é o destino de quem nasce neste ascendente! Dessa complexidade resultam pessoas radicalmente diferentes entre si, porém unidas pelo mesmo ascendente, Sagitário. Um dos caminhos que Sagitário no ascendente propõe é o da criatividade, de grande beleza, mas a custa de muito conflito e envolvimento em disputas, sejam elas causadas por idealismo ou por condições familiares. No entanto, quem seguir por este caminho desenvolverá também um espírito muito positivo em relação à vida, atrevendo-se a tudo e a todos. Coragem e espontaneidade, no entanto, também serão precipitadores de conflito.
Outro caminho de Sagitário segue pela razão, e o destino dependerá quase que inteiramente dos pensamentos matemáticos que formulam a realidade em termos de variáveis que se combinam com intrincada complexidade. Gostará, por isso, de comunicar-se, não somente com outras pessoas mas com animais também, porque dada a complexidade de seus raciocínios encontrará paz e sossego comunicando-se com eles, levar um papo e entendê-los. Você procurará aplicar a inteligência em todas as coisas e afazeres, e nem sempre isso simplificará ou facilitará a vida, dado que a razão faz sentido complicando. Por exemplo, se você fosse obrigado a viver no meio do mato, onde teoricamente tudo seria simples e bucólico, logo encontraria uma forma de montar um moinho, desenvolver um empreendimento e por aí vai, sempre encontrando uma forma de arrancar complexidade da simplicidade. Ainda um terceiro caminho para Sagitário no ascendente, o da paixão, o envolvimento pleno e irrestrito com alguém, ou com algum objetivo ou ideal. Entrar na vida com tudo, sem poupar-se, com a maior intensidade possível, pela maior quantidade possível de tempo. Paixão.
Para descobrir qual é o seu, você provavelmente experimentará os três, até saber em que sentido, dos tantos Sagitários, você irá seguir. Uma vez que você ver o objetivo, o seguirá até o fim, e quando o conquistar, determinará outro objetivo que irá querer conquistar. Será franco, aberto, sincero e generoso. Sua consciência estará concentrada no ato de fazer, e não na antecipação dos resultados. Conquistar, conseguir, comandar, a imperiosa necessidade de viver cada momento da vida, intensa e apaixonadamente. Há dois lados em você: um, aparente, pelo qual você se mostra audaz, temerário e aventureiro, e outro, oculto, em que é sensível, impressionável e reservado. Desenvolverá a versatilidade, o que fará com que, ao longo do tempo, você conquiste muitas áreas de conhecimento. O amor pelo conhecimento guiará seus passos. Sua mente será clara e desperta a maior parte do tempo, sendo bastante intolerante com a burrice. Por isso, muitas vezes você se mostrará irritável por longos períodos de tempo.
As contradições também farão parte de sua vida. Você tenderá a ser amável e de bom trato, mas poderá ser agressivo quando desafiado, ou na presença de pessoas que considerar inimigas.
www.quiroga.net
Outro caminho de Sagitário segue pela razão, e o destino dependerá quase que inteiramente dos pensamentos matemáticos que formulam a realidade em termos de variáveis que se combinam com intrincada complexidade. Gostará, por isso, de comunicar-se, não somente com outras pessoas mas com animais também, porque dada a complexidade de seus raciocínios encontrará paz e sossego comunicando-se com eles, levar um papo e entendê-los. Você procurará aplicar a inteligência em todas as coisas e afazeres, e nem sempre isso simplificará ou facilitará a vida, dado que a razão faz sentido complicando. Por exemplo, se você fosse obrigado a viver no meio do mato, onde teoricamente tudo seria simples e bucólico, logo encontraria uma forma de montar um moinho, desenvolver um empreendimento e por aí vai, sempre encontrando uma forma de arrancar complexidade da simplicidade. Ainda um terceiro caminho para Sagitário no ascendente, o da paixão, o envolvimento pleno e irrestrito com alguém, ou com algum objetivo ou ideal. Entrar na vida com tudo, sem poupar-se, com a maior intensidade possível, pela maior quantidade possível de tempo. Paixão.
Para descobrir qual é o seu, você provavelmente experimentará os três, até saber em que sentido, dos tantos Sagitários, você irá seguir. Uma vez que você ver o objetivo, o seguirá até o fim, e quando o conquistar, determinará outro objetivo que irá querer conquistar. Será franco, aberto, sincero e generoso. Sua consciência estará concentrada no ato de fazer, e não na antecipação dos resultados. Conquistar, conseguir, comandar, a imperiosa necessidade de viver cada momento da vida, intensa e apaixonadamente. Há dois lados em você: um, aparente, pelo qual você se mostra audaz, temerário e aventureiro, e outro, oculto, em que é sensível, impressionável e reservado. Desenvolverá a versatilidade, o que fará com que, ao longo do tempo, você conquiste muitas áreas de conhecimento. O amor pelo conhecimento guiará seus passos. Sua mente será clara e desperta a maior parte do tempo, sendo bastante intolerante com a burrice. Por isso, muitas vezes você se mostrará irritável por longos períodos de tempo.
As contradições também farão parte de sua vida. Você tenderá a ser amável e de bom trato, mas poderá ser agressivo quando desafiado, ou na presença de pessoas que considerar inimigas.
quero ficar
"sinto-lhe como ponte elevadiça.
subo. desço.
entro e saio.
jamais fico,
jamais ao lado.
somente embaixo,
somente em cima"
Fernanda Young
subo. desço.
entro e saio.
jamais fico,
jamais ao lado.
somente embaixo,
somente em cima"
Fernanda Young
22 de outubro de 2007
19 de outubro de 2007
18 de outubro de 2007
contradição
"E se eu te amasse na quarta
Não te amarei na quinta
Isto pode ser verdadeiro
Por que você reclama?
Te amei na quarta sim, e daí?"
Edna Vincent Millay
Não te amarei na quinta
Isto pode ser verdadeiro
Por que você reclama?
Te amei na quarta sim, e daí?"
Edna Vincent Millay
16 de outubro de 2007
irritando
" ...seja ela prevista em bolas de cristal, bulas de remédio ou pragas de mãe, a desilusão do amor não é nada comparada à desilusão consigo mesmo, causada pela péssima auto estima que as pessoas de bom senso costumam ter. E para este tipo de desilusão só exite um antídoto, uma paixão. Pois o outro olha para você e vê tudo aquilo de lindo que espelho algum mostrou. Só o apaixonado por você tem a sagacidade de notar em você o que ninguém notou, fazendo enfim o elogio que nenhum professor lhe fez, a gentileza que nenhum cavalheiro lhe fez, a gracinha que nenhum canalha lhe fez. Um sentimento desses, está claro, pode mudar todas as pedras de lugar. Amor, paixão, ódio, ninguém consegue provar se há diferença entre eles. Por isso tem gente que não ama e nem é amado. São os que não aguentam levantar a tampa que os protege do incerto, e mudar. Pois a paixão é incerta, não aceitando o estabelecido. O amor, pior, engana, garantindo que poderá ser estável e infinito. E o ódio, esse é sempre eterno. Portanto, quem é que não ama, não se apaixona, não odeia? Os covardes? Com certeza. Os covardes, entretanto, sábios. Naquele conceito de sabedoria que mata você de velho. E morrer de velho, convenhamos, é a coisa mais humilhante do mundo. "
Fernanda Young em Aritmética
Fernanda Young em Aritmética
15 de outubro de 2007
as coisas faziam sentido
Eu tive algumas fases muito lúcidas na minha vida. As coisas faziam sentido, eu quase não tinha surtos descontrolados e minha memória funcionava.
As coisas faziam sentido mesmo quando a cabeça fervia. Agora não, agora nada faz sentido.
Minha vida está parecendo uma mistura de vinho com rohypnol, uma coisa surreal e meio chapada, boa-noite Cinderela durando mais de um semestre.
As coisas sem fazer sentido, mas com algum sentido... Olha aí. Tá vendo?
Nada faz sentido. Eu faço tudo errado.
O amor filho-da-puta continua no meu pé, os sentimentos todos correndo e gritando com as mãos na cabeça no meio do terremoto. Eu enterro, enterro tudo, boto um monte de pedras cima e eles voltam do mal. Que nem no Cemitério Maldito. Raiva, rancor, inveja. E costumava ser amor. Ou ainda é, o meu amor sempre foi torto.
Amo a contragosto, amo demais, com força e desespero, misturando um monte de outros sentimentos, mas a porra do amor está ali, impávido, olhando na minha cara e deixando bem claro que nunca vai embora. Ele é ele e fim. Posso espernear e gritar, mas eu sei, ele sabe, todos sabem. E é isso aí. Não existe discussão possível.
A vida também não colabora muito. Depois o doutor lá fica mudando todas as minhas químicas e dando muitos diagnósticos que eu acredito estarem certos, mas doutor, o senhor entende as coisas que acontecem? Eu vou explicar, doutor.
A química dos outros também atrapalha bastante a minha tão sonhada sanidade.
Um dia eu amei um menino.
Outro menino, um que não amo mais. Na época em que eu era uma romântica que acreditava em amores perfeitos, noites líricas, inspiração febril, eu amei muito esse menino. E ele foi embora. E nem avisou.
Eu tinha dado um pedaço meu para ele, ele nem tinha pedido, mas sei lá, ele pegou, botou no bolso do casaco, então eu achei que queria. Mas não. Ele devolveu sem olhar na minha cara e se foi.
E agora ele voltou. Achando que está tudo normal. Três anos se passaram, ele agora tem trinta, "eu tenho trinta anos", como se isso mudasse tudo. Aparentemente mudou mesmo, ele até parece uma pessoa meio sã agora, mas, ei, e aquilo tudo lá que aconteceu? Meu jovem, eu sei que boa parte não passava de um grande delírio da minha mente solitária e doentia numa cidade hostil, mas porra. E não contente em voltar, ele ainda chega falando que eu estava certa. Eu, certa. Ele simplesmente deu razão à fúria uterina de uma mulher louca de coração partido. Logo depois remendaram o coração, mas descosturou de novo.
Foda isso de costurarem o coração da gente com linha vagabunda.
Mas esse menino, esse menino eu amei com tanta força que gastou, e agora sobrou um sentimento plácido, domingo à tarde no sol do inverno. Antes não. Antes ele fez uma bagunça.
Esses homens não sabem o que fazem com a minha vida. Bom, eu também não sei. Agora eu deixo a vida debaixo da cama enquanto ainda não sei o que fazer com ela.
Na mão deles é que eu não coloco mais.
Agora que eu aprendi a não botar a vida na mão dos outros, os outros têm feito isso comigo. Jogando o peso de ser alguma certeza, o peso da felicidade e da sanidade na minha mão, na minha mão! E eu dizendo sai, sai, nem vem, mas não, eu acabo pegando por reflexo.
Eu tenho pólen de louco no meu suor, nas minhas secreções. Eles todos vêm correndo já com a língua para fora. E eu gosto.
E eu deixo, e depois tenho que lidar com o depois.
E o depois sou eu no meio da demência.
Tenho todos, não tenho nenhum, só quero um. O resto é desculpa.
Não tenho todos, só quero um.
Um, dois, três. Um eu amo, o outro eu amei.
Um outro eu gostaria de amar.
Só tenho um. Só quero um. Quero a conta, por favor.
E ainda tem o resto, a vida não se resume a isso.
Às vezes eu esqueço. Tem aluguel, telefone, filho, show, disco, livro, entrevista, debate e todo o resto do mundo formando opiniões.
Tem eu sentada aqui no computador depois de ter carbonizado uma panela de feijão, os gatos afiando as unhas no sofá, as roupas no cesto, os cheques pendurados, as dívidas, meu deus, as dívidas.
Os fusíveis da minha casa queimando, os da minha cabeça fritando e o mundo girando.
Esse negócio de parar o mundo que eu quero descer nunca me convenceu. O mundo que continue girando, se quiser. Agora o melhor que posso fazer é girar em torno de mim mesma como um animal lesado tentando morder o próprio rabo. Não contente em tentar, eu consigo. E fico tonta de tanto girar, e caio exausta com meu próprio sangue escorrendo da boca. Então chega. Doutor, traga as gotinhas nos copinhos. Eu desisto. A gente se vê no próximo round.
Clarah Averbuck
As coisas faziam sentido mesmo quando a cabeça fervia. Agora não, agora nada faz sentido.
Minha vida está parecendo uma mistura de vinho com rohypnol, uma coisa surreal e meio chapada, boa-noite Cinderela durando mais de um semestre.
As coisas sem fazer sentido, mas com algum sentido... Olha aí. Tá vendo?
Nada faz sentido. Eu faço tudo errado.
O amor filho-da-puta continua no meu pé, os sentimentos todos correndo e gritando com as mãos na cabeça no meio do terremoto. Eu enterro, enterro tudo, boto um monte de pedras cima e eles voltam do mal. Que nem no Cemitério Maldito. Raiva, rancor, inveja. E costumava ser amor. Ou ainda é, o meu amor sempre foi torto.
Amo a contragosto, amo demais, com força e desespero, misturando um monte de outros sentimentos, mas a porra do amor está ali, impávido, olhando na minha cara e deixando bem claro que nunca vai embora. Ele é ele e fim. Posso espernear e gritar, mas eu sei, ele sabe, todos sabem. E é isso aí. Não existe discussão possível.
A vida também não colabora muito. Depois o doutor lá fica mudando todas as minhas químicas e dando muitos diagnósticos que eu acredito estarem certos, mas doutor, o senhor entende as coisas que acontecem? Eu vou explicar, doutor.
A química dos outros também atrapalha bastante a minha tão sonhada sanidade.
Um dia eu amei um menino.
Outro menino, um que não amo mais. Na época em que eu era uma romântica que acreditava em amores perfeitos, noites líricas, inspiração febril, eu amei muito esse menino. E ele foi embora. E nem avisou.
Eu tinha dado um pedaço meu para ele, ele nem tinha pedido, mas sei lá, ele pegou, botou no bolso do casaco, então eu achei que queria. Mas não. Ele devolveu sem olhar na minha cara e se foi.
E agora ele voltou. Achando que está tudo normal. Três anos se passaram, ele agora tem trinta, "eu tenho trinta anos", como se isso mudasse tudo. Aparentemente mudou mesmo, ele até parece uma pessoa meio sã agora, mas, ei, e aquilo tudo lá que aconteceu? Meu jovem, eu sei que boa parte não passava de um grande delírio da minha mente solitária e doentia numa cidade hostil, mas porra. E não contente em voltar, ele ainda chega falando que eu estava certa. Eu, certa. Ele simplesmente deu razão à fúria uterina de uma mulher louca de coração partido. Logo depois remendaram o coração, mas descosturou de novo.
Foda isso de costurarem o coração da gente com linha vagabunda.
Mas esse menino, esse menino eu amei com tanta força que gastou, e agora sobrou um sentimento plácido, domingo à tarde no sol do inverno. Antes não. Antes ele fez uma bagunça.
Esses homens não sabem o que fazem com a minha vida. Bom, eu também não sei. Agora eu deixo a vida debaixo da cama enquanto ainda não sei o que fazer com ela.
Na mão deles é que eu não coloco mais.
Agora que eu aprendi a não botar a vida na mão dos outros, os outros têm feito isso comigo. Jogando o peso de ser alguma certeza, o peso da felicidade e da sanidade na minha mão, na minha mão! E eu dizendo sai, sai, nem vem, mas não, eu acabo pegando por reflexo.
Eu tenho pólen de louco no meu suor, nas minhas secreções. Eles todos vêm correndo já com a língua para fora. E eu gosto.
E eu deixo, e depois tenho que lidar com o depois.
E o depois sou eu no meio da demência.
Tenho todos, não tenho nenhum, só quero um. O resto é desculpa.
Não tenho todos, só quero um.
Um, dois, três. Um eu amo, o outro eu amei.
Um outro eu gostaria de amar.
Só tenho um. Só quero um. Quero a conta, por favor.
E ainda tem o resto, a vida não se resume a isso.
Às vezes eu esqueço. Tem aluguel, telefone, filho, show, disco, livro, entrevista, debate e todo o resto do mundo formando opiniões.
Tem eu sentada aqui no computador depois de ter carbonizado uma panela de feijão, os gatos afiando as unhas no sofá, as roupas no cesto, os cheques pendurados, as dívidas, meu deus, as dívidas.
Os fusíveis da minha casa queimando, os da minha cabeça fritando e o mundo girando.
Esse negócio de parar o mundo que eu quero descer nunca me convenceu. O mundo que continue girando, se quiser. Agora o melhor que posso fazer é girar em torno de mim mesma como um animal lesado tentando morder o próprio rabo. Não contente em tentar, eu consigo. E fico tonta de tanto girar, e caio exausta com meu próprio sangue escorrendo da boca. Então chega. Doutor, traga as gotinhas nos copinhos. Eu desisto. A gente se vê no próximo round.
Clarah Averbuck
11 de outubro de 2007
canto baixinho
... o amor e os sonhos
colecionam retratos
guardados em caixinhas de sapatos
no fundo das gavetas dos armários
de cada retrato
soa uma sinfonia
cantada por um canário
enjaulado
até quem neste mundo
surdo e mudo é
sabe que:
nos sonhos dos grandes amores
havia uma música suave
tocando seus agudos e graves
lá no fundo
e ninguém duvida
que as canções de amor
sejam os últimos sonhos
deste mundo
Tavinho Paes
colecionam retratos
guardados em caixinhas de sapatos
no fundo das gavetas dos armários
de cada retrato
soa uma sinfonia
cantada por um canário
enjaulado
até quem neste mundo
surdo e mudo é
sabe que:
nos sonhos dos grandes amores
havia uma música suave
tocando seus agudos e graves
lá no fundo
e ninguém duvida
que as canções de amor
sejam os últimos sonhos
deste mundo
Tavinho Paes
10 de outubro de 2007
as pessoas que passam mal
"Tô passando mal". Quem me conhece já deve ter ouvido essa frase algumas vezes. Isso porque, como bem definiu a Jô em um momento em que eu falei a frase... eu sou uma pessoa que passa mal. E essa é mais uma forma de divisão do mundo. As pessoas que passam mal geralmente são histéricas (hello, Freud). E sim, quase sempre são mulheres. Sofremos de tontura, confusão mental, pressão baixa, desmaios. Tudo sem motivo aparente, ou com motivos ridículos que pra gente fazem todo sentido. Nesta última vez em que falei a frase, eu estava em um show revival do Fellini, uma das bandas que eu mais amo no mundo. Estava cheio de gente do passado, pessoas de antigamente, passantes famosos, como o Paulo Ricardo de chapinha e o Marcelo Bonfá parecendo o Jon Bon Jovi. É ou não é motivo para passar mal? Nós estamos acostumados a sermos levados pela mão por pessoas para tomar um ar. Ou a ouvir a frase: "você quer sal?". Uma vez desmaiei na casa da Danuza Leão, no meio de uma entrevista, descontrol, celebração. "Ernestina, Ernestina", gritava Danuza. Até que surgiu uma senhora vestida de empregada chique e me deu sal. Achei que esse seria o maior vexame da minha vida. Mas a sábia Danuza respondeu: "não tem nada mais chique do que uma mulher que desmaia". Depois dessa, passei a me achar chique, mesmo pedindo um sal. E dizendo: "gente, me ajuda, to passando mal".
Nina Lemos
Nina Lemos
9 de outubro de 2007
hóstia
"tem dias que tudo o que se quer
é um pão com manteiga na chapa,
um pingado e uma cena de ciúme"
Raul Pough
é um pão com manteiga na chapa,
um pingado e uma cena de ciúme"
Raul Pough
8 de outubro de 2007
4 de outubro de 2007
2 de outubro de 2007
1 de outubro de 2007
n.59
"trabalhe numa coisa que você ame porque não se pode esperar cinco dias para aproveitar apenas os dois do final de semana."
Mário Testino
estou refletindo/deprimindo sobre isso.rs
Mário Testino
estou refletindo/deprimindo sobre isso.rs
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