Bateu Amor à porta da Loucura.
"Deixa-me entrar - pediu - sou teu irmão.
Só tu me limparás da lama escura
a que me conduziu minha paixão."
A Loucura desdenha recebê-lo,
sabendo quanto Amor vive de engano,
mas estarrece de surpresa ao vê-lo,
de humano que era, assim tão inumano.
E exclama: "Entra correndo, o pouso é teu.
Mais que ninguém mereces habitar
minha casa infernal, feita de breu,
enquanto me retiro, sem destino,
pois não sei de mais triste desatino
que este mal sem perdão, o mal de amar."
Confronto - Carlos Drummond de Andrade
5 de junho de 2007
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Um comentário:
Um Drumond perfeito!
"a loucura desdenha...e a lua ri de nós amigo...como também disse Drumond e eu repito sempre:
-Eta vida besta meu Deus! (besta e linda né não migo?)
Beijo
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