"Não estávamos vivos de verdade, estávamos próximos da vida, mas nunca a concretizávamos."
John Fante | Pergunte ao Pó
30 de setembro de 2008
29 de setembro de 2008
i hope so
"A esperança, só a esperança, nada mais, chega-se a um ponto em que não há mais nada senão ela, é então que descobrimos que ainda temos tudo."
José Saramago
José Saramago
26 de setembro de 2008
sonho adiado
"Não receie a adversidade: lembre-se de que os papagaios de papel sobem contra o vento e não a favor dele."
Hamilton Mable
não existiria frase melhor para hoje :/
Hamilton Mable
não existiria frase melhor para hoje :/
25 de setembro de 2008
quando crescemos cabemos numa parte...
Quando algo é realmente grande cabe em cada parte
O jardim cabe na flor, o sol no quartinho escuro
A lua cabe no lago, e o azul cabe no teu peito
Cada parte de nós cabe naquele único abraço
E cada poesia cabe na emoção do leitor que a lê
Há um universo inteiro voando numa gaivota
Toda a energia, cabe num átomo, num pulsar
Porque quando algo é realmente grande cabe
sempre no começo, porque não tem fim...
A gente parte, a gente parece que retorna,
Mas há que se repartir muito para voltar inteiro
Eu vejo a foto do menino que eras e bem sei...
Foste pequeno, mas tua grandeza já cabia em ti.
Carol Timm
obrigado Vá :]
O jardim cabe na flor, o sol no quartinho escuro
A lua cabe no lago, e o azul cabe no teu peito
Cada parte de nós cabe naquele único abraço
E cada poesia cabe na emoção do leitor que a lê
Há um universo inteiro voando numa gaivota
Toda a energia, cabe num átomo, num pulsar
Porque quando algo é realmente grande cabe
sempre no começo, porque não tem fim...
A gente parte, a gente parece que retorna,
Mas há que se repartir muito para voltar inteiro
Eu vejo a foto do menino que eras e bem sei...
Foste pequeno, mas tua grandeza já cabia em ti.
Carol Timm
obrigado Vá :]
23 de setembro de 2008
não ignoro
"O que eu sinto eu não ajo.
O que ajo não penso.
O que penso não sinto.
Do que sei sou ignorante.
Do que sinto não ignoro.
Não me entendo e ajo como se entendesse."
Clarice Lispector
no palavraguda.wordpress.com
O que ajo não penso.
O que penso não sinto.
Do que sei sou ignorante.
Do que sinto não ignoro.
Não me entendo e ajo como se entendesse."
Clarice Lispector
no palavraguda.wordpress.com
22 de setembro de 2008
com tudo
"Existem pessoas que pensam apenas com o cérebro, enquanto outras pensam com todo o corpo e toda a alma, com o sangue, com o tutano dos ossos, com o coração, com os pulmões, com o ventre, com a vida."
Do sentimento trágico da vida | Miguel de Unamuno
no palavraguda.wordpress.com
Do sentimento trágico da vida | Miguel de Unamuno
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verdade
"Amo o pensador orgânico porque só para ele as verdades emanam mais de um suplício interior que de uma especulação gratuita. Ao homem que pensa pelo prazer de pensar contrapõe-se o homem que pensa sob o efeito de um desequilibrio vital. Amo o pensamento que guarda um gosto de carne e sangue, e a uma abstração vazia prefiro mil vezes uma reflexão surgida de uma exaltação dos sentidos ou de uma depressão nervosa. Os homens ainda não compreenderam que o tempo das preocupações superficiais é passado, e que um uivo de desespero é mais revelador que o mais sutil dos argumentos e que uma lágrima tem sempre origens mais profundas que um sorriso."
Nos cumes do desespero | Emil Cioran
no palavraguda.wordpress.com
Nos cumes do desespero | Emil Cioran
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18 de setembro de 2008
loucura loucura
"Falo a língua dos loucos, porque não conheço a mórbida coerência dos lúcidos."
Luiz Fernando Veríssimo
e continuo pensativo
Luiz Fernando Veríssimo
e continuo pensativo
17 de setembro de 2008
verdade seja dita
"O interesse é uma fonte inesgotável de complacentes ilusões. O número de pessoas que querem a verdade é extraordinariamente pequeno. O que domina os homens é o medo da verdade, a menos que a verdade lhes seja útil, o que equivale dizer que o interesse é o princípio da filosofia vulgar, ou que a verdade está feita para nós, e não nós para a verdade. Como esse fato é humilhante, a maioria não quer naturalmente comprová-lo nem reconhecê-lo. E é assim que um preconceito de amor-próprio protege todos os preconceitos do entendimento, que nascem de um estratagema do egoísmo."
Diário Íntimo, Amiel, 1 de Março de 1869
no palavraguda.wordpress.com
Diário Íntimo, Amiel, 1 de Março de 1869
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16 de setembro de 2008
amor da vida
"Na derrapada do tempo
socou o amor da vida.
Deu por vencido, ferido,
o prego na mão, lembrado para todo sempre.
A batida de cor
acelerada, repete, repete
sem pudor de ser ele
o desastre galopante de um cavalo sem rédea."
Mário Alex Rosa
socou o amor da vida.
Deu por vencido, ferido,
o prego na mão, lembrado para todo sempre.
A batida de cor
acelerada, repete, repete
sem pudor de ser ele
o desastre galopante de um cavalo sem rédea."
Mário Alex Rosa
15 de setembro de 2008
n.116
"A paz, se possível, mas a verdade, a qualquer preço."
Lutero
para dias de chá na janela, uma ótima frase para concluir uma conversa. bjo vá
Lutero
para dias de chá na janela, uma ótima frase para concluir uma conversa. bjo vá
12 de setembro de 2008
exatamente
"Espero crises terríveis; mas nenhuma revolução anulará a minha sinceridade, a minha verdade interior. Antes de tudo será preciso ser sincero, sempre sincero."
Jacob Burkhardt
no palavraguda.wordpress.com
Jacob Burkhardt
no palavraguda.wordpress.com
escrevendo
"Tem dias que a gente tem a impressão de estar vivendo o rascunho da própria vida. Mas esta é a edição que vale mesmo, sem correções. Quando você encontra um erro tem que conviver com sua existência e apenas torcer para que ele não se repita mais adiante. A esperança é a crença de que o livro da vida tenha, ao menos, uma segunda edição."
Rosana Hermann no queridoleitor.zip.net
Rosana Hermann no queridoleitor.zip.net
11 de setembro de 2008
avista
"De tanto ver, a gente banaliza o olhar - Vê… não-vendo. Experimente ver, pela primeira vez, o que você vê todo dia, sem ver. Parece fácil, mas não é: o que nos cerca, o que nos é familiar, já não desperta curiosidade. O campo visual da nossa retina é como um vazio.
Você sai todo dia, por exemplo, pela mesma porta. Se alguém lhe perguntar o que você vê no caminho, você não sabe. De tanto ver, você banaliza o olhar.
Sei de um profissional que passou 32 anos a fio pelo mesmo hall do prédio do seu escritório. Lá estava sempre, pontualíssimo, o mesmo porteiro. Dava-lhe bom dia e às vezes lhe passava um recado ou uma correspondência. Um dia o porteiro cometeu a descortesia de falecer. Como era ele? Sua cara? Sua voz? Como se vestia? Não fazia a mínima idéia. Em 32 anos, nunca conseguiu vê-lo. Para ser notado, o porteiro teve que morrer. Se um dia no seu lugar estivesse uma girafa, cumprindo o rito, pode ser, também, que ninguém desse por sua ausência.
O hábito suja os olhos e baixa a voltagem. Mas há sempre o que ver: gente, coisas, bichos. E vemos? Não, não vemos.
Uma criança vê o que um adulto não vê. Tem olhos atentos e limpos para o espetáculo do mundo. O poeta é capaz de ver pela primeira vez o que, de tão visto, ninguém vê. Há pai que raramente vê o próprio filho. Marido que nunca viu a própria mulher.
Nossos olhos se gastam no dia-a-dia, opacos. É por aí que se instala no coração o monstro da indiferença."
Ver Vendo | Otto Lara Resende.
Você sai todo dia, por exemplo, pela mesma porta. Se alguém lhe perguntar o que você vê no caminho, você não sabe. De tanto ver, você banaliza o olhar.
Sei de um profissional que passou 32 anos a fio pelo mesmo hall do prédio do seu escritório. Lá estava sempre, pontualíssimo, o mesmo porteiro. Dava-lhe bom dia e às vezes lhe passava um recado ou uma correspondência. Um dia o porteiro cometeu a descortesia de falecer. Como era ele? Sua cara? Sua voz? Como se vestia? Não fazia a mínima idéia. Em 32 anos, nunca conseguiu vê-lo. Para ser notado, o porteiro teve que morrer. Se um dia no seu lugar estivesse uma girafa, cumprindo o rito, pode ser, também, que ninguém desse por sua ausência.
O hábito suja os olhos e baixa a voltagem. Mas há sempre o que ver: gente, coisas, bichos. E vemos? Não, não vemos.
Uma criança vê o que um adulto não vê. Tem olhos atentos e limpos para o espetáculo do mundo. O poeta é capaz de ver pela primeira vez o que, de tão visto, ninguém vê. Há pai que raramente vê o próprio filho. Marido que nunca viu a própria mulher.
Nossos olhos se gastam no dia-a-dia, opacos. É por aí que se instala no coração o monstro da indiferença."
Ver Vendo | Otto Lara Resende.
9 de setembro de 2008
8 de setembro de 2008
4 de setembro de 2008
revoa
"Pra tudo
tem uma segunda chance
você me bateu
eu te arranhei
você rasgou
minha coleção
de folhas secas
você arrancou o único botão
da minha blusa
você jogou no chão
e eu te bati
você me jogou no chão
e eu te bati
você puxou meu tapete
e eu puxei seu cabelo
você gritou comigo
e eu murmurei
com raiva
você me assustou
eu te denegri
você bebeu meu veneno
e eu escondi o antídoto
mas
se nos esbarramos
intimamente
no silêncio
de nossos sonhos
estivemos perto de mais
se dói em mim
dói em você
porque pisamos
na alcova
um do outro
porque dividimos
a mesma asa da borboleta
porque fomos
juntos e unos
muito convictos
do não
porque apontamos
para o mesmo caminho
porque dividimos
o mesmo reflexo
no rosto parado das águas
porque de áspera e ânsia
a vida
revoa
até uma
folha
e foi tudo muito sentido
para não ser real
a vontade de voltar
volta
nem que para uma segunda
vez
da primeira"
Trêmulo | Ryana Gabech
tem uma segunda chance
você me bateu
eu te arranhei
você rasgou
minha coleção
de folhas secas
você arrancou o único botão
da minha blusa
você jogou no chão
e eu te bati
você me jogou no chão
e eu te bati
você puxou meu tapete
e eu puxei seu cabelo
você gritou comigo
e eu murmurei
com raiva
você me assustou
eu te denegri
você bebeu meu veneno
e eu escondi o antídoto
mas
se nos esbarramos
intimamente
no silêncio
de nossos sonhos
estivemos perto de mais
se dói em mim
dói em você
porque pisamos
na alcova
um do outro
porque dividimos
a mesma asa da borboleta
porque fomos
juntos e unos
muito convictos
do não
porque apontamos
para o mesmo caminho
porque dividimos
o mesmo reflexo
no rosto parado das águas
porque de áspera e ânsia
a vida
revoa
até uma
folha
e foi tudo muito sentido
para não ser real
a vontade de voltar
volta
nem que para uma segunda
vez
da primeira"
Trêmulo | Ryana Gabech
2 de setembro de 2008
só quero isso. nada mais.
sujar o pé de areia pra depois lavar na água
lavar o pé na água pra depois sujar de areia
esperar o vaga-lume piscar outra vez
ouvir a onda mais distante por trás da onda mais próxima
sujar o pé de areia pra depois lavar na água
respirar
sentir o sabor do que comer
caminhar
se chover, tomar chuva
não esperar nada acontecer
ser gentil com qualquer pessoa
sujar o pé de areia pra depois lavar na água
lavar o pé na água pra depois sujar de areia
esperar o vaga-lume piscar outra vez
ouvir a onda mais distante por trás da onda mais próxima
respirar
sentir o sabor do que comer
caminhar
se chover, tomar chuva
ter saudade no final da tarde
para quando escurecer esquecer
ao se deitar para dormir, dormir
Num dia | Arnaldo Antunes
lavar o pé na água pra depois sujar de areia
esperar o vaga-lume piscar outra vez
ouvir a onda mais distante por trás da onda mais próxima
sujar o pé de areia pra depois lavar na água
respirar
sentir o sabor do que comer
caminhar
se chover, tomar chuva
não esperar nada acontecer
ser gentil com qualquer pessoa
sujar o pé de areia pra depois lavar na água
lavar o pé na água pra depois sujar de areia
esperar o vaga-lume piscar outra vez
ouvir a onda mais distante por trás da onda mais próxima
respirar
sentir o sabor do que comer
caminhar
se chover, tomar chuva
ter saudade no final da tarde
para quando escurecer esquecer
ao se deitar para dormir, dormir
Num dia | Arnaldo Antunes
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