27 de dezembro de 2007
é isso
O número 5 (cinco) é o único número escrito na língua portuguesa que se escreve com o mesmo número de letras que o valor que representa.
21 de dezembro de 2007
n.76
"Minha mãe achava estudo a coisa mais fina do mundo. Não é. A coisa mais fina do mundo é o sentimento."
Adélia Prado
Adélia Prado
12 de dezembro de 2007
lições
"Como uma criança antes de a ensinarem a ser grande,
Fui verdadeiro e leal ao que vi e ouvi."
Alberto Caeiro
Fui verdadeiro e leal ao que vi e ouvi."
Alberto Caeiro
guardar
"Guardar uma coisa não é escondê-la ou trancá-la.
Em cofre não se guarda coisa alguma.
Em cofre perde-se a coisa à vista.
Guardar uma coisa é olhá-la, fitá-la, mirá-la por
admirá-la, isto é, iluminá-la ou ser por ela iluminado.
Guardar uma coisa é vigiá-la, isto é, fazer vigília por
ela, isto é, velar por ela, isto é, estar acordado por ela,
isto é, estar por ela ou ser por ela.
Por isso melhor se guarda o vôo de um pássaro
Do que um pássaro sem vôos.
Por isso se escreve, por isso se diz, por isso se publica,
por isso se declara e declama um poema:
Para guardá-lo:
Para que ele, por sua vez, guarde o que guarda:
Guarde o que quer que guarda um poema:
Por isso o lance do poema:
Por guardar-se o que se quer guardar."
Antônio Cícero
Em cofre não se guarda coisa alguma.
Em cofre perde-se a coisa à vista.
Guardar uma coisa é olhá-la, fitá-la, mirá-la por
admirá-la, isto é, iluminá-la ou ser por ela iluminado.
Guardar uma coisa é vigiá-la, isto é, fazer vigília por
ela, isto é, velar por ela, isto é, estar acordado por ela,
isto é, estar por ela ou ser por ela.
Por isso melhor se guarda o vôo de um pássaro
Do que um pássaro sem vôos.
Por isso se escreve, por isso se diz, por isso se publica,
por isso se declara e declama um poema:
Para guardá-lo:
Para que ele, por sua vez, guarde o que guarda:
Guarde o que quer que guarda um poema:
Por isso o lance do poema:
Por guardar-se o que se quer guardar."
Antônio Cícero
10 de dezembro de 2007
dilema
"O que muito me confunde
é que no fundo de mim estou eu
e no fundo de mim estou eu.
No fundo
sei que não sou sem fim
e sou feito de um mundo imenso
imerso num universo
que não é feito de mim.
Mas mesmo isso é controverso
se nos versos de um poema
perverso sai o reverso.
Disperso num tal dilema
o certo é reconhecer:
no fundo de mim
sou sem fundo."
Antônio Cícero
é que no fundo de mim estou eu
e no fundo de mim estou eu.
No fundo
sei que não sou sem fim
e sou feito de um mundo imenso
imerso num universo
que não é feito de mim.
Mas mesmo isso é controverso
se nos versos de um poema
perverso sai o reverso.
Disperso num tal dilema
o certo é reconhecer:
no fundo de mim
sou sem fundo."
Antônio Cícero
5 de dezembro de 2007
3 de dezembro de 2007
anjos
"Eu nunca vi um anjo. Olhos que vêem anjos são olhos especiais, dádivas dos deuses, não são todos que os possuem. Eu não sou um deles. Mas os deuses me dotaram de um outro orgão para sentir os anjos: o nariz. O nariz é o meu órgão angelical. Eu não vejo anjos. Eu cheiro anjos. Para mim os anjos são seres nasais. Eles se me revelam sob a forma de perfumes. Vou andando solidamente pela rua, imerso em meus pensamentos comuns. Repentinamente, uma súbita fragrância enche a minha alma. Fico leve, perco a solidez, crescem-me asas nas costas e sou instantaneamente transportado para um não-sei-lá-onde, onde fui feliz. Aquela felicidade perdida me é devolvida. Como o acontecido não foi resultado de coisa que eu tenha feito, não acho descabido imaginar que o responsável tenha sido um anjo perfumado, meu amigo."
Rubem Alves
tenho o meu. particular. e o cheiro dele é MUITO bom. vai ver porque ele voa perto do sol ;)
Rubem Alves
tenho o meu. particular. e o cheiro dele é MUITO bom. vai ver porque ele voa perto do sol ;)
cantiga de amigo, cantiga de amor.
"A Holanda te deu Maruca
A Argentina, la Hormiguita
Bela e fundida da cuca
Deu-te o México, Maria.
O Brasil deu-te Marina
Teu amor secreto e humilde
Mas o mundo emocionado
Muito mais te houvera dado
Se teu Chile enciumado
Não te ordenasse Matilde:
- A grande amada: Matilde!"
Vinícius de Moraes | Historia Natural de Pablo Neruda - A elegia que vem de longe
A Argentina, la Hormiguita
Bela e fundida da cuca
Deu-te o México, Maria.
O Brasil deu-te Marina
Teu amor secreto e humilde
Mas o mundo emocionado
Muito mais te houvera dado
Se teu Chile enciumado
Não te ordenasse Matilde:
- A grande amada: Matilde!"
Vinícius de Moraes | Historia Natural de Pablo Neruda - A elegia que vem de longe
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